DA REDAÇÃO/ MATO GROSSO MAIS
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O vereador Sargento Vidal (MDB) declarou nesta terça-feira (07.02), durante a sessão ordinária da Câmara de Cuiabá, que os policiais militares de Vera não são os únicos culpados pela morte de Diego Kaliniski, de 26 anos, e que seus amigos tem sangue nas mãos.
Vidal ressaltou que antes de julgar os PM’s é preciso analisar todo o contexto, pois na cidade há cerca de 10 mil habitantes e apenas 10 policiais militares. Ainda criticou o governador que, para sua guarda pessoal, há 84 policiais.
“Em uma cidade com cerca de 10 mil habitantes, há somente 10 policiais militares para cuidar e dar segurança. Na segurança do governador há 84 policiais, mas em Vera que tem 10 mil habitantes, só 10 policiais. Sendo três por dia. Situação como essa vivida por aqueles policiais, passei duas vezes dentro de viatura em Cuiabá. A diferença é que em Cuiabá você pede o reforço e ele chega rapidamente, sendo duas ou três viaturas e você consegue equivaler o número e resolver a situação”, disse ele.
Diego morreu baleado por um policial após resistir a uma abordagem e agir com violência contra os PM’s que foram chamados ao local para conter a baderna causada por jovens que estavam ouvindo som alto. Vídeos foram gravados e passaram a circular as redes sociais.
“Lá em Vera não tem reforço, são os policiais que estão em serviço que resolvem. Ali naquele momento haviam jovens fazendo baderna prejudicando a vida de muitos trabalhadores que naquele momento tentavam dormir, pois precisavam sair para o trabalho algumas horas depois. Eles pediram apoio da polícia que foi ao local e houve esse caso. Estão dizendo que os policiais erraram, não digo que erraram ou acertaram, nao serei eu a julgar. Mas se houve erro policial, antes houve erro da família, da Igreja, dos amigos que o incitaram a resistir a prisão, dos políticos daquela cidade e do governador que não aumenta o número de policiais naquele município. Ninguém ensinou aqueles jovens, durante sua formação, a respeitar o próximo, a respeitar as leis, que o direito deles acabam quando começa o de outra pessoa? Naquele momento, o jovem estava alterado, se negando a ser conduzido para a delegacia que cerca de cinco horas depois, acredito eu, seria liberado. Mas ele foi incitado pelos amigos a não se curvar àquela detenção policial e partir para violência. Então o que eu tenho para dizer hoje aos amigos daquele jovem é que eles tem sangue nas mãos. Quem viu os vídeos sabe. Numa ação policial primeiro existe a questão verbal, se utiliza da força física, o que também foi feito. Os policiais tentaram de tudo, eles chegaram a dar dois tiros pra cima, mas infelizmente não foi o suficiente para contê-los. Então é uma situação difícil. Os policiais foram reconduzidos para a administração, vão para outra cidade, mas o fato não tem apenas três culpados. Isso eu posso garantir”, declarou.