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MAIOR RENDIMENTO

Como a agrofloresta pode restaurar terras e gerar renda na Amazônia

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Avener Prado/Mongabay

Conhecida pela sigla Reca (Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado), a cooperativa conta com mais de 300 famílias associadas. Com sede em Nova Califórnia, distrito de Porto Velho, em Rondônia, é pioneira no sistema agroflorestal na Amazônia brasileira.

“O sistema agroflorestal para as pequenas famílias de agricultores é uma alternativa não só ambientalmente correta mas também economicamente viável”, diz Condack. “A gente tem a prática do desenvolvimento da cultura de um produto orgânico e a restauração das áreas de floresta, que foram destruídas.”

À medida que o planeta enfrenta fome crescente e o aumento de secas, chuvas torrenciais e inundações causadas pelas mudanças climáticas, especialistas e autoridades do mundo todo cada vez mais defendem a agricultura regenerativa para enfrentar as diversas crises planetárias.

Os defensores da agrofloresta no Brasil dizem que esta é uma alternativa sustentável às monoculturas de soja e à pecuária que poderia ajudar a restaurar cerca de 30 milhões de hectares de pastagens degradadas na Amazônia.

Eles argumentam que sistemas agroflorestais bem planejados e geridos podem fornecer uma renda decente e estável para os pequenos agricultores da Amazônia, muitos dos quais são extremamente pobres, ao mesmo tempo que protegem o meio ambiente ao aumentar a biodiversidade e os estoques de carbono.

“Ela é talvez uma das únicas ferramentas que a gente tem para realmente fazer uma agricultura regenerativa e que esteja atrelada não só a metas climáticas, mas também a metas de redução da pobreza e redução da fome”, explica o consultor Tomaz Lanza, especialista em agrofloresta e doutor em Agronomia.

Muitas vezes referidos pela sigla SAFs, os sistemas agroflorestais combinam espécies tão variadas como açaí, andiroba, copaíba, cupuaçu, cacau e banana, além de culturas como milho e mandioca, com árvores em áreas relativamente pequenas – uma prática com centenas de anos.

O Reca, com mais de 30 anos de experiência, é para muitos um exemplo do que poderia ser a agricultura sustentável na Amazônia.

A cooperativa foi fundada oficialmente em 1989. Hoje, o Reca vende produtos de alto valor, como geleia e polpa de frutas, para todo o Brasil e até para exportação, sendo os produtos de açaí e cupuaçu os de maior rendimento. A cooperativa também mantém um programa de créditos de carbono com a gigante de cosméticos Natura, por meio do qual os agricultores recebem uma compensação econômica por proteger a floresta e reduzir as emissões de carbono na cadeia produtiva da empresa.

Ao lado da Cooperativa Agropecuária Mista de Tomé-Açu (Camta), no estado do Pará, especialistas consideram o Reca o exemplo mais bem-sucedido de agrofloresta na Amazônia brasileira.

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  • 16 de fevereiro de 2023 às 20:43:13