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São 8 horas da manhã e Claudia Ohana chega ao estúdio para a as fotos desta matéria especial do Dia Internacional da Mulher para o gshow. Sonolenta, ela pede um café para acordar e “ligar os motores”. A atriz chegou na noite anterior ao Brasil, vindo de Portugal, onde participou de um evento de divulgação da novela Vai na Fé.
A calmaria típica de Maria Claudia, seu nome de batismo, dura pouco. Basta tocar na playlist “Flowers”, de Miley Cyrus, enquanto se monta em um look poderoso, para surgir uma mulher leve, dançante e ligadona. “Me visto de Claudia Ohana e boto para quebrar!”, diverte-se.
A atriz mignon de cabelos cacheados fecha os olhos para sentir a música. Esse mulherão de apenas 1,60 m, combinando com os 60 anos que completou em fevereiro, cresce sob as lentes do fotógrafo e exibe frescor em poses naturalmente sensuais.
Solteira há um ano, Claudia fala de sexo e diz ser exigente no jogo da sedução: “Não boto qualquer um na minha cama”. Exibida, como ela se define, aceita o desafio de posar vestindo somente um blazer sem roupa por baixo, coisa que admite que nunca faria aos 20 anos:
“Quanto mais me dispo na frente das pessoas, mais me dispo para mim mesma. Era tímida jovem, agora estou exibida”.
Às gargalhadas, ela também concorda que as pessoas ainda têm uma curiosidade sobre seus pelos na região íntima exibidos na inesquecível edição da revista “Playboy” de janeiro de 1985. “Os homens têm um fetiche. Minha perseguida é a mais perseguida que existe”, brinca.
Claudia confessa que se incomoda um pouco com os cabelos brancos para a personagem Dora, uma mulher alternativa em “Vai na Fé”, mas estética não a consome. A saudade dos netos, Martim e Arto, filhos de Dandara, deixa seus olhos verdes marejados. “Não sou a avó que frita bolinho de chuva. Meu neto diz que sou a avó mais jovem que ele conhece”, orgulha-se.
Não tente colocar Claudia em uma caixa. Como boa aquariana, ela é moderna e aprecia a liberdade. Sua maturidade está na exuberância de uma mulher que tem urgência de viver. “Tenho fome de tudo. Sou gulosa”, diz.
Talvez a atriz tenha herdado a fórmula de parecer sempre jovem da vampira Natasha, sua personagem de maior sucesso, em “Vamp” (1991). Ela ressalta que só lembra da sua idade quando as pessoas perguntam. “Quando falo que tenho 60, tiro uma onda. É realmente um número alto”.
A artista lamenta os ataques que sofre nas redes sociais quando posta uma foto de biquíni. “Fico chocada de as pessoas acharem que estar velha é um xingamento, como se ela fosse ser jovem para sempre. Você tem 60 anos e é sexy, faz sexo e paquera, sim. Não é uma velha.”
A seguir, leia a entrevista com essa mulher que, assim como nós, se vira em mil para dar conta do papel de mãe, avó, profissional, dona de casa, pagar boletos, cuidar de si e lutar contra o etarismo.