DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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“Emanuel Pinheiro é um dos culpados pela trágica situação das obras do VLT e agora quer defender sua conclusão”. A afirmação é do vereador de Cuiabá, Fellipe Corrêa, nesta terça (7). O opositor do prefeito relembrou a participação de Emanuel, quando deputado estadual, como relator de uma comissão que deveria investigar as obras da Copa 2014, quando foi filmado recebendo maços de dinheiro e colocando no paletó.
“Emanuel era relator da Comissão de Acompanhamento das Obras da Copa e membro da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa quando começaram as obras do VLT, no governo Silval, e naquele momento o papel dele era fiscalizar as obras da Copa, incluindo o VLT, época em que foi filmado colocando dinheiro no paletó. Esse dinheiro era propina? Quem disse isso foi o Silval, quem disse isso foi o ex-chefe de gabinete do Silval, não sou eu”, lembrou o parlamentar.
O caso do VLT foi tema de matéria do Jornal Nacional na noite de última segunda (6). As obras do VLT foram interrompidas em dezembro de 2014, em meio a escândalos de corrupção que já custaram R$ 1,4 bilhão aos cofres públicos. O governador Mauro Mendes anunciou em 2020 a substituição do VLT pelo BRT e iniciou dos trilhos na avenida da FEB em Várzea Grande no ano passado.
No entanto, o prefeito de Cuiabá se recusou a fazer o mesmo na Capital, o que levou à decisão do juiz da 2ª Vara Especializada da Fazenda Pública, Márcio Aparecido Guedes, que deu o prazo de cindo dias para a Prefeitura analisar e autorizar o início das obras do modal na Capital. Em fevereiro já havia encerrado o prazo dado pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso para que o município tomasse providências.
“A Justiça vai apurar. Agora, teve o papel de fiscalizar e não fiscalizou, as obras não terminaram, e na época ele foi filmado recebendo dinheiro vivo… E agora é um grande defensor de terminar uma obra que não terminou porque ele não cumpriu o papel dele de fiscalizar, quando isso era sua competência”, destacou.
O vereador defende que a população tenha acesso ao transporte público de qualidade que, além de sua função social de melhoria da qualidade de vida, é mais sustentável. Isso porque, em cidades onde o transporte público funciona bem, é possível implementar medidas que reduzam o número de motos e carros nas ruas. A consequência é economia para as pessoas, com o alto custo e juros para aquisição de automotores, e para o poder público, com obras de mobilidade – além da redução na emissão de poluentes no ar.
“Se nós não encontrarmos, como classe política, uma solução para que o transporte coletivo seja verdadeiramente atraente, para fazer as pessoas abandonarem os veículos automotores, infelizmente vamos estar contribuindo para uma futura Cuiabá ainda mais quente e sem umidade – uma Cuiabá inabitável”, finalizou.