DA ASSESSORIA
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Com a temática “Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”, o 3º Encontro Municipal Vidas Negras Importam reuniu mais de 400 pessoas, de forma virtual, em um debate sobre representatividade e combate ao racismo. O evento foi promovido pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência e contou com quatro palestrantes diretamente ligados ao tema.
Uma das conferencistas foi a Prof.ª Drª da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cândida Soares. Ela, que também coordena o Núcleo de Estudo e Pesquisa Sobre Relações Raciais e Educação (Nepre), apontou que, apesar dos avanços conquistados, ainda é preciso que não se perca de vista a necessidade de continuar fortalecendo ações concretas e políticas públicas que vão ao encontro da necessidade da população negra.
“Esse é um espaço muito importante para dialogarmos sobre os problemas que nos afetam e projetarmos ações que realmente sejam efetivadas. Sabemos que ainda estamos muito distantes de constituir uma sociedade que realmente honre a democracia, considerando que pessoas negras, pessoas brancas, pessoas de diferentes origens e etnias possam gozar do mesmo direito no acesso às políticas públicas”, argumentou a professora.
Além da Prof.ª Drª e coordenadora do Nepre, Cândida Soares, palestraram ainda no 3º Encontro Municipal Vidas Negras Importam: o promotor de Justiça, Thiago Marcelo Francisco dos Santos; a Prof.ª Drª da Universidade Federal de Mato Grosso, Ana Carolina da Silva Borges; e a conselheira de direito do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (CMPIR), Joyce Lombardi.
Organizado por meio da Secretaria-adjunta de Direitos Humanos, o evento é realizado sempre no mês de março, em alusão do Dia Internacional contra a Discriminação Racial, celebrado no dia 21. O objetivo do encontro é ampliar o debate pela promoção e proteção dos direitos da população negra, bem como o reconhecimento de suas contribuições para o desenvolvimento e o bem-estar social.
“Pessoas negras ainda são as maiores vítimas de violência, a maior parte da população carcerária, a maior parcela atingida pela crise e pelo desemprego da sociedade brasileira. É uma realidade cruel, que evidencia as implicações do racismo e as feridas da opressão que se materializam em forma de violência. Precisamos combater essa desigualdade, precisamos sim ser antirracista”, relatou a secretária-adjunta de Direitos Humanos, Christiany Fonseca.
Representando o prefeito Emanuel Pinheiro, o vice-prefeito José Roberto Stopa também participou do evento. Em sua fala, Stopa destacou que cerca de 55% da população mato-grossense é negra e, ainda assim, é a que menos ocupa os cargos mais importantes, tanto em nível público quanto privado. Por outro lado, conforme ele, a população negra ocupa a maioria nos índices de desempregados, marginalizados, violentados, rejeitados
“Reverter esses indicadores deve, sem dúvida nenhuma, ser a grande luta deste movimento e um dos principais objetivos a ser alcançado pela sociedade em geral. Nesse sentido, é fundamental a realização desses debates, pois é com base nessas discussões, nesse envolvimento de todos que, mesmo que gradativamente, vamos conseguir implementar e concretizar as políticas públicas necessárias”, afirmou o vice-prefeito.
Também participara do 3º Encontro Municipal Vidas Negras Importam: o deputado estadual Juca do Guaraná Filho; a secretária-adjunta de Educação de Cuiabá, Débora Marques Vilar; o Prof.º Me. do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e membro do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro, Indígena e de Fronteira (NUMDI), Lucas Café; e o presidente do Conselho Municipal de Juventude (Comjuve), Juarez França.