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EX-TREINADOR

Técnico do Aucas quer rebeldia e audácia contra o Flamengo: “Se fizer o mesmo, vão te comer vivo”

Raphael Zarko

O técnico venezuelano César Farías fez 50 anos no dia 7 de março. No ano passado levou o Aucas, adversário desta quarta-feira, às 19h, na estreia do Flamengo na Libertadores, ao primeiro título da liga nacional do Equador. Numa campanha com direito a 22 jogos de invencibilidade.

Com duas passagens pela seleção da Bolívia – dirigiu “La Verde” nas últimas Eliminatórias -, ele foi quarto lugar da Copa América 2011 com a Venezuela – a melhor campanha da história da “Vinotinto” -, e, em 2004, levou o Deportivo Táchira às quartas de final da Libertadores (eliminado pelo São Paulo).

César Farías: O Aucas me procurou antes de terminar a última data dupla das Eliminatórias. Tínhamos Colômbia e Brasil para enfrentar. Disse que não sairia antes de terminar a competição. Havia outras possibilidades, clubes que estavam na Sul-americana e Libertadores, antes da data Fifa. Não pude ir. Tinha que cumprir minha palavra. Mas o Aucas me esperou, me convenceu. Tive reunião com o presidente, disse que queria dar um salto de qualidade. Temos um grande diretor esportivo, que trabalhou 12 anos no Barcelona, trabalhou no Grupo City. Mudaram toda a estrutura, nos campos, nas concentrações, no prédio administrativo. Reforçamos a equipe, a ponto de ganhar a competição no Equador pela primeira vez. Hoje é a terceira liga da América do Sul, o que nos faz chegar com bom ritmo na Libertadores. A gente vê o crescimento do futebol equatoriano, com muitos jovens para projetar. Tenho um presidente ambicioso, com plano executivo de ir melhorando dia a dia.
O treinador conquistou a primeira vitória da Venezuela contra o Brasil na história em amistoso de 2008 e classificou pela primeira vez os venezuelanos para Mundial sub-20

Em 28 de abril faço um ano de Aucas. Tem sido maravilhoso, recentemente perdemos uma partida pela liga, mas ficamos invictos por 22 jogos, chegamos na final e ganhamos do Barcelona. Formamos uma sinergia muito interessante com o clube, com a torcida e podendo projetar um plano de cinco anos no qual estamos buscando perfil de jogador importante.

Primeiro, fomos atrás dos equatorianos, buscando jogadores que tinham processo de seleção de base. Que tivessem jogado Libertadores, Copa Sul-Americana, que tivessem Concachampions. E então baixamos a média de idade. Depois fomos pelos estrangeiros com o mesmo perfil. Jogadores que tivessem participado de seleções, como um que vocês conhecem, o Otero, que já jogou Libertadores. O Aucas vai estrear na Libertadores. Então temos que buscar experiência com os jogadores. Nós temos experiências. Trabalhei na Índia, no México, no Tijuana, na Venezuela, no Paraguai e na Bolívia, além dos 10 anos de seleção que tive na Venezuela e na Bolívia.

Trabalhamos desde 6 de dezembro com muito afinco, esperando o sorteio, esperando justamente essa circunstância. Fizemos muitíssimos jogos amistosos. Fomos a Lima e fizemos quatro partidas, fomos a Bogotá e jogamos mais quatro vezes. Na Colômbia também. Jogamos na fronteira contra o Unión Comercio, do Peru.

“Buscamos um pouco também aprender a jogar de visitante, internacionalizar a equipe. Porque somos uma equipe muito forte como mandante, que joga na altitude, que joga a quase 3.000 metros num campo que é difícil para jogar até mesmo para os rivais de Quito”

Estamos crescendo futebolisticamente, nossa equipe tem biotipo diferente, com jogadores de envergadura, de “bon pie”. Estou seguro de que vamos ser digníssimos competidores. Aspiramos fazer uma grandiosa Libertadores.

César Farías conta com quase 50 jogadores no elenco. Ele escalou 21 titulares diferentes e usou 25 atletas nas últimas quatro partidas da temporada. Apenas três jogadores atuaram em todas: o zagueiro Cangá, o meia Quiñonez e o ala/ponta Castillo. O lateral Perlaza jogou três das quatro

ge: Como avalia seu atual elenco?

Nós temos um plantel muito profundo. Não é habitual para o futebol equatoriano ou em muitos países sul-americanos. Nós temos 46 jogadores e pensamos no desenvolvimento do plantel, não do time do 1 ao 11. Porque queremos ser bicampeões do Equador, queremos brigar na Libertadores e queremos também a Copa Equador. A Libertadores se joga diferente do que se joga outros torneios. Contratamos Jefferson Montero, que jogou na Inglaterra, no México, Christian Aleman, que jogou as semifinais do ano passado com o Barcelona, jogou na Polônia. Temos Rezabala, que jogou no México, no Tijuana, foi campeão sul-americano sub-20 em 2019 pelo Equador e terceiro do mundo sub-20. São seis jogadores campeões sul-americanos sub-20 e terceiros do mundo. Temos uma base importante do ano passado com 22 jogadores. Temos Wilker Ángel, zagueiro da seleção venezuelana, que jogou na Rússia, na Turquia. Temos um zagueiro da seleção de Trinidad e Tobago, Aubrey David. Trouxemos do Barcelona Erick Castillo, que jogou a final contra a gente ano passado e contratamos do Tijuana. Também temos Cifuentes, um artilheiro que tem mais de 136 gols na carreira.

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