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Ex-participante do BBB 23, Tina Calamba pode até ter enfrentado algumas críticas sobre ter perdido o sotaque e as raízes angolanas, mas é só começar a falar das duas filhas que todo o julgamento cai por terra.
Logo de cara, ela diz ser uma mãe muito rígida que, apesar da “hora do dengo e do carinho”, educa as pequenas Raquel e Alana para serem mulheres fortes. Por isso, a casa funciona como uma pequena comunidade onde todas se ajudam, “do mesmo jeito que eu fui criada”.
Não que ela precise provar nada a ninguém, mas é exatamente assim que ela se vê como mãe solo, negra e estrangeira: “Tenho que me provar 3 vezes mais para mostrar que eu posso e que eu estou dando conta!”
Mesmo tendo duas gestações planejadas, ela se questionou muitas vezes se conseguiria criar as meninas sem o apoio da família, porque “a certa altura, a maternidade é bem solitária”. O apoio de uma babá ajudou, mas não tornou menos difícil a rotina da mulher que se dividia entre a casa e a faculdade de jornalismo.
“Não tem manual de instrução! Apesar de ter tido a experiência do primeiro parto, o segundo tem outra personalidade, é tudo novo e isso foi bem desafiador.”
Tina Calambaia — Foto: GLIN+MIRA/gshow
Agora, com as crianças de 7 e 4 anos de idade, Tina diz ter um bom diálogo sobre ancestralidade e a família na Angola, que pode estar distante fisicamente, mas nunca de alma. Ela tenta viajar com as meninas para a cidade natal ao menos uma vez por ano, além de ensiná-las seu dialeto.
“É difícil, elas dão risada, não entendem, mas eu pretendo forçar um pouco mais para passar isso para elas. A gente dança kuduro, quizomba, faz karaokê em casa, elas adoram as músicas!”
Mas ela também quer que as filhas a vejam como provedora, além da mãe que cuida e está presente o tempo todo. Tina relembra, com orgulho, quando recebeu seu primeiro salário e as levou para comer em um restaurante.
“Sentir que eu estou pagando aquele lanche… Tem muito significado pra mim elas me verem como mãe e como provedora. Isso é muito gratificante! Tem mudado muito esse cenário na cabeça delas, de que não é só pai o provedor, e eu gostaria que outras mulheres focassem em mostrar esse papel, de que a gente também pode”, finaliza.