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FÓRMULA 1

FIA nega pedido da Ferrari e mantém punição a Sainz

Peter van Egmond/Getty Images

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) negou o pedido da Ferrari de revisão da punição imposta ao piloto espanhol Carlos Sainz no GP da Austrália, no dia 2 de abril. Sainz caiu do quarto para o 12º lugar após receber uma pena de 5 segundos em função de uma colisão com o Aston Martin de Fernando Alonson. A Ferrari recorreu, pedindo revisão da punição a partir do artigo 14 do Código Esportivo Internacional da FIA, requisitando que a entidade pudesse “considerar tal solicitação e determinar se existe ou não um novo elemento significativo e relevante (Artigo 14.3 do Código) em relação à decisão/incidente”.

A curta e objetiva resposta da FIA foi divulgada nesta terça-feira (18/4), após audiência entre as partes: “não há nada novo ou relevante que não estivesse disponível para as partes que buscam a revisão no momento em que a decisão foi tomada. O pedido, portanto, foi rejeitado”.

O incidente

O GP da Austrália foi tão caótico que acabou marcado por acidentes, rodadas e oito abandonos. O incidente com Sainz aconteceu na segunda de três relargadas em Albert Park. No reinício posterior à segunda bandeira vermelha, causada pelo abandono de Kevin Magnussen, houve três colisões. O espanhol da Ferrari tocou no compatriota Alonso, mas os dois seguiram na corrida. Pierre Gasly atingiu Esteban Ocon, seu companheiro de Alpine, e Logan Sargeant travou na curva 1 e atingiu a traseira de Nyck de Vries, encerrando a prova para ambos.

A corrida foi paralisada, sendo retomada apenas para uma última volta atrás do safety car. Com a proximidade entre os pilotos, o acréscimo de 5s fez com que Sainz despencasse da quarta para a 12ª posição, que descreveu como “a mais injusta” que já viu na F1. O próprio Alonso se manifestou a favor de Sainz na época:

– Provavelmente a punição é muito severa. Na primeira volta (de uma relargada), é sempre muito difícil julgar qual é o nível de aderência. Acho que você não vai intencionalmente em direção a outro carro, sabe? – disse o bicampeão da F1.

A FIA, no entanto, discorda:

– Consideramos o fato de essa colisão ter acontecido na primeira curva da primeira volta da relargada, quando os comissários normalmente teriam uma visão mais branda dos incidentes. Mas decidimos que, apesar de ter sido um incidente na primeira volta, havia espaço suficiente para Sainz tomar medidas e evitar a batida, o que não aconteceu. Portanto, impusemos um tempo de 5s de punição – esclarece o documento da FIA.

As alegações da Ferrari e a decisão da FIA

A Ferrari apresentou três elementos para justificar seu pedido de revisão de pena: a telemetria do carro; o depoimento de Sainz, que destacou dificuldades com os pneus frios e com a visibilidade devido ao sol; e declarações de outros pilotos. Segundo a FIA, “os dados de telemetria por si só não são um novo elemento significativo e relevante necessário para decidir quem foi o culpado pela colisão”.

– Os dados de telemetria apresentados na petição são, na melhor das hipóteses, ambíguos e, em nossa opinião, não isentaram Sainz, mas de fato corroboraram nossa decisão de que ele era totalmente culpado pela colisão. Ele diz que freou mais forte, mas não conseguiu parar o carro por causa dos pneus frios. Ele afirma ainda que uma volta de formação lenta contribuiu para os pneus frios. Existem dois pontos curtos. Primeiro, mesmo que isso seja verdade, a apresentação da telemetria mostrando seu ponto de frenagem não é um elemento novo significativo para os fins do Art.14 – escreve a entidade no documento em que reforça sua decisão.

– Em segundo lugar, as condições da pista e dos pneus eram algo que todo competidor precisava levar em consideração e se adaptar. Ao tentar frear tarde durante a corrida com GAS, ele assumiu o risco de, como piloto, perder o controle do carro. Neste caso, esse risco concretizou-se, tendo como consequência uma colisão que se seguiu, da qual decorre uma sanção – completa.

Sobre o depoimento de Sainz, o documento afirma que “a lógica ditaria que a posição do sol também teria impactado outros pilotos”. E em relação às declarações de outros pilotos, estabelece que são “todos os registros de declarações pós-corrida feitas pelos pilotos à mídia. Estes foram apresentadas para corroborar sua posição de que o nível de aderência era baixo e que os pneus estavam frios.”

A Fia conclui afirmando:

– Novamente, embora essas declarações tenham sido feitas posteriormente à nossa decisão e, portanto, não pudessem estar presentes quando tomamos a decisão, nada declarado nesses comentários foi significativo ou realmente relevante para nossas considerações. Isso também não satisfaz os requisitos do Art. 14. Assim, indeferimos a petição.

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