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PLANO A

Corinthians oferece contrato longo a Tite e tem ajuda de Andrés para tentar convencer o treinador

Marcos Ribolli

Para um técnico especial, condições especiais. Na tentativa de convencer Tite a voltar ao clube, o Corinthians ofereceu um contrato longo ao treinador, com duração de quatro anos.

O período engloba os oito meses que restam do mandato do presidente Duilio Monteiro Alves e toda a gestão do próximo mandatário, que será eleito em novembro.

Inicialmente, o Corinthians não desejava firmar um vínculo longo com seu novo treinador, já que passará por mudanças no comando do clube no fim deste ano. Cuca, por exemplo, assinou contrato somente até dezembro. Porém, o entendimento da diretoria é de que Tite é uma unanimidade e teria estabilidade no cargo até mesmo com uma eventual vitória de um candidato da oposição.

Fator Andrés

Um dos trunfos do Corinthians para convencer Tite a voltar é o ex-presidente Andrés Sanchez. Embora tenha se afastado um pouco de Duilio nos últimos meses, ele se ofereceu para ajudar nas negociações desde a semana passada, quando Fernando Lázaro foi tirado do comando da equipe.

Andrés era o presidente quando Tite foi contratado pelo clube em 2010 e o responsável por bancá-lo no cargo após a queda para o Tolima, na Conmebol Libertadores do ano seguinte.

O técnico tem enorme gratidão pelo cartola, e a demonstrou publicamente durante a Copa do Mundo do Catar, em 2022. Antes da partida entre Brasil e Suíça, pela fase de grupos, Tite viu Andrés Sanchez na arquibancada atrás do banco de reservas, fez um gesto para ele e disse:

– Estou aqui por sua causa. Você me bancou.

Paciência

Com Tite como plano A, o Corinthians quer esgotar todas as tentativas com o treinador antes de partir para uma outra opção.

Alternativas são estudadas internamente, mas sem a abertura de negociações. Nomes como os de Vanderlei Luxemburgo e Fábio Carille são praticamente descartados pela diretoria de futebol.

Apesar de toda a ligação afetiva de Tite com o Corinthians, o retorno não é fácil. O técnico já disse diversas vezes que não pretende voltar a trabalhar no Brasil em 2023 e chegou a prometer para a mulher, Rosmari Bachi, que não assumiria nenhum clube do País nesta temporada.

Em entrevista ao ge na última terça-feira, o empresário de Tite, Gilmar Veloz, reforçou que a prioridade do treinador no momento é trabalhar no exterior:

– Ele já demonstrou essa vontade publicamente e pediu para nós segurarmos. Realmente, teve muita coisa (de clubes brasileiros desde a Copa do Mundo). Acredito que no próximo mercado, no verão europeu, vamos ter alguma novidade, temos que aguardar. Faz parte do trabalho da gente o sigilo, não podemos divulgar, mas temos alguns interesses e, a partir de 15 de maio, vamos nos posicionar. Com certeza o Tite voltará a trabalhar na Europa ou em qualquer outro lugar – disse o agente.

– O Brasil sempre lembra do nome, com essa dança de treinadores sempre perguntam, mas a resposta é a que o Tite já deu: nos próximos dois anos não trabalha no Brasil – acrescentou.

Embora priorize o mercado europeu, Tite não descarta voltar ao Oriente Médio, onde trabalhou em duas oportunidades, em 2007 e 2010.

Enquanto não define o novo técnico, o Corinthians se prepara para o clássico contra o Palmeiras, no sábado, sob o comando do auxiliar Fernando Lázaro e do observador Mauro da Silva. Se ninguém for contratado antes do Dérbi, um deles pode comandar a equipe interinamente. Outra alternativa é Danilo, do sub-20.

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