Há 7 anos o canadense Ken Pretty, da pacata cidade de Dildo (sem trocadilhos aqui, a cidade existe mesmo no mapa), vem fazendo registros das gélidas águas do litoral do país, flagrando animais como baleias e formações típicas como icebergs, que costumam se deslocar pela região nesses meses do ano.
Mas uma coleção de fotos do último desses passeios que Pretty fez na quinta-feira (27) se tornou especial depois que usuários nas redes sociais associaram as imagens a um formato fálico.
Antes mesmo de postar os registros no Facebook, o canadense conta em entrevista ao g1 que já imaginava que as fotos teriam uma repercussão, mas não tinha ideia do tamanho disso.
“Eu sabia que elas iriam chamar muita atenção nas redes sociais, mas nem sonhei que se tornariam virais”, conta.
O registro inusitado foi feito em Harbour Grace, uma pequena cidade localizada na província canadense de Terra Nova e Labrador.
E as fotos repercutiram bastante, principalmente depois que veículos canadenses revelaram a origem do autor dos retratos: “Homem de Dildo ‘quebra a internet’ com foto de iceberg fálico”, lia um dos registros.
Pretty brinca que tudo isso contribuiu ainda mais para divertir quem descobria a história, mas revela uma certa preocupação quando questionado sobre a percepção das pessoas com a preservação ambiental e o aquecimento global (que está aumentando consideravelmente o derretimento de geleiras em todo o mundo).
Segundo a CBC, a emissora pública do Canadá, dados do Serviço de Gelo do país mostram que mais de 200 formações do tipo estavam nessa região apenas na semana passada, quanto o canadense fez o registro com seu drone.
Caçadores de icebergs costumam procurar bastante o país para flagrar do tipo. O governo da província onde o fotógrafo fez o registro tem até um site específico para isso: o Iceberg Finder.
Agora é preciso fazer um alerta: quem deseja encontrar a formação capturada por Pretty vai se decepcionar: ela já derreteu e perdeu sua característica mais marcante.
Derretimento de geleiras
O registro de mais um iceberg derretendo serve como mais um alerta para a atual emergência climática. Na semana passada, a Organização Meteorológica Mundial (WMO) alertou que o nível do mar está subindo duas vezes mais rápido do que na primeira década de medições (1993-2002) e atingiu um novo recorde no ano passado.
Além disso, o documento da agência da ONU demonstrou que as geleiras estão derretendo em um ritmo dramático e não podem mais ser conservadas, já que os indicadores de mudança climática atingiram níveis recordes, uma tendência que deve se consolidar até 2060.
O derretimento extremo das geleiras e o calor recorde dos oceanos – que causa a expansão do volume de água – contribuíram para uma elevação média do nível do mar da ordem de 4,62 mm por ano entre 2013 e 2022, disse à agência da ONU em um relatório detalhando a devastação da mudança climática.