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O deputado estadual Wilson Santos (PSD) sugeriu à empresa Maturati Participações S.A. que invista seu capital na construção de usinas de energia solar, já que o pedido para exploração de energia elétrica sobre o Rio Cuiabá foi negado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA-MT), nesta terça-feira (16).
A empresa pretendia explorar seis Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) sobre o Rio Cuiabá, contrariando estudos de inviabilidade ambiental concluídos pela Agência Nacional das Águas (ANA). Eles apontam que o empreendimento inviabilizaria a reprodução das espécies nativas no período da piracema e a continuidade da pesca.
A ANA utilizou vários métodos científicos, com análises realizadas por 83 pesquisadores nos seguintes temas: hidrologia; qualidade da água e sedimentologia; ictiofauna; e socioeconômica e energia em nível da Bacia Hidrográfica do Alto Rio Paraguai. Os resultados demonstraram que ao se construir PCHs na Zona Vermelha, a conectividade do planalto com a planície cairá dos atuais índices de 90% para 15%.
Segundo o estudo, “a perda de conectividade ocasionará a interrupção da rota migratória necessária para garantir o sucesso reprodutivo das espécies migradoras da bacia do rio Cuiabá, que são as espécies que sustentam em cerca de 94% da cadeia produtiva do setor pesqueiro”.
A Sema ainda alertou que a fragmentação das Áreas de Preservação Permanente ocasionaria a redução de habitat e de conectividade entre os corredores ecológicos, o que traria alterações “drásticas” para a fauna terrestre.
Wilson disse que os R$ 2 bi que a empresa pretendia investir em PCHs poderiam ser aplicados em energia solar.
“Para gerar os 146 megawatts que a empresa pretende gerar em Mato Grosso, basta adquirir uma área e instalar 1.200 hectares de placas fotovoltaicas. É muito melhor usar estas placas que colocar em risco o rio Cuiabá e, consequentemente o Pantanal”, disse.