DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
[email protected]
Os vereadores Sargento Vidal (MDB) e Wilson Kero Kero (PL) propuseram a criação de um centro específico para atendimento à pessoa com deficiência em Cuiabá com todas as especialidades necessárias na antiga Policlínica do Verdão. A proposta surgiu durante a reunião da Comissão da Saúde na Câmara Municipal, nesta sexta-feira (16.06), que recebeu os membros da Associação Mato-grossense da Pessoa com Deficiência.
Diante das questões trazidas pelos membros da AMDE, Vidal sugeriu a criação de um ambulatório para atendimento específico a pessoas com deficiência. “Essa associação já tem 40 anos, a meu ver, deve ter centenas de associados aqui em Cuiabá, não seria bom para a associação que a Comissão de Saúde lutasse junto a Prefeitura e ao Poder Público para que tivesse um ambulatório dentro da AMDE?”, questionou.
Aprovando a ideia, o presidente da Comissão Wilson Kero Kero complementou que a Comissão da Saúde deve encaminhar ao Plenário o pedido de criação de um Centro Específico para atender pessoas com deficiência. Analisando que a antiga Policlínica do Verdão, que se encontra desabilitada, tem estrutura para se tornar este local. “O objetivo é criar um ambulatório específico para atendimento à pessoa com deficiência, na antiga Policlínica do Verdão que está 60% pronto, precisa apenas fazer as adequações e colocar para funcionar”, pontuou.
O assessor jurídico voluntário da AMDE, Marcione Mendes de Pinho, disse que viu a ideia como algo muito positivo destacando a necessidade de ter pessoas capacitadas para fazer o atendimento a deficientes.
“É uma ideia muito interessante no sentido de que haja especialidades de atendimento de exames, etc. nesse espaço específico onde terá toda a oportunidade de a pessoa ser atendida diante das suas especificidades, seja ela pela deficiência física, sensorial, auditiva, visual, cerebral e autismo. Na verdade, é uma junção de algo que vem a ser necessário para ter direcionamento de atendimento a pessoas com deficiência dentro do município de Cuiabá. Porque já temos o Centro de Reabilitação em nível de Estado e, infelizmente, em Cuiabá a gente precisa ir além disso, com essas especialidades e a pessoa possa ser atendida e direcionada com toda a acessibilidade possível para o bom desenvolver do profissional e do tratamento de quem precisar, ou seja, das pessoas com deficiência”, disparou ele que também é deficiente físico.
Marcione ainda exemplificou que uma das grandes necessidades das mulheres que necessitam fazer mamografia, é ter um aparelho com o mínimo de acessibilidade para que elas consigam estar fazendo esse exame com dignidade. Assim como também vê grande necessidade de haver um intérprete de libras nos órgãos públicos de saúde para atender os deficientes auditivos.
“Essas são situações que parecem ser simples, no entanto, são muito complexas. Para os autistas hoje é extremamente necessário profissionais qualificados para o atendimento, pois hoje necessita, no mínimo, dois anos para se ter um diagnóstico sobre autismo. Isso porque tem muita gente na fila devido à falta do profissional para fazer esse diagnóstico, para esse primeiro atendimento. Então é vasta e grandiosa a necessidade na área da saúde para a pessoa com deficiência. Infelizmente, alguns só enxergam a deficiência em pessoa que usa a cadeira de rodas, mas é algo muito grandioso e a gente tem que ter esse entendimento de olhar para todos”, disparou.
A vice-presidente da AMDE Maria Auxiliadora Massoli Campos também destacou a morosidade em se conseguir órteses e próteses, que muitas vezes não atende a necessidade da pessoa. “Em relação à órteses e próteses é muito demorado e às vezes é feita de forma errônea que a pessoa tem que ir lá, experimentar e às vezes não molda conforme a necessidade, então isso também é uma labuta muito grande em questão da saúde da pessoa com deficiência. O atendimento geralmente ocorre no Centro de Reabilitação Dom Aquino Corrêa e não abre outros espaços para que a pessoa com deficiência possa ir fazer o pedido da sua órtese e da sua prótese, ficando a espera que é grande, além do custo que também é muito alto. A pessoa que não tem o salário em dias, que não consegue receber dinheiro nenhum fica a mercê. A dificuldade é para todos, mas para o deficiente o atendimento é mais demorado. Não é feito com amor, carinho e a necessidade da pessoa com deficiência. Quando fala da mulher que vai fazer o seu exame ginecológico, é difícil, eu já fui fazer e a bancada é alta, precisando de alguém para te carregar para fazer o exame. A mamografia, pela minha deficiência que não ergo o meu braço e também por eu ser pequena, machuca a gente. Então essa Comissão de Saúde vai nos ajudar muito com essa necessidade que temos para que possa resolver pelo menos um pouco”, disse ela.