DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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“A rede estadual de ensino de Mato Grosso tem experimentado um novo momento, com investimentos históricos e inovadores que visam melhorar a aprendizagem dos estudantes e valorizar os profissionais da área”, afirma o secretário de Estado de Educação (Seduc), Alan Porto.
Conforme o gestor, a Seduc tem promovido uma série de melhorias estruturais e pedagógicas com o objetivo de colocar a educação mato-grossense entre as cinco melhores do país até 2032.
Para isso, o Governo de Mato Grosso investe em infraestrutura e tecnologia nas escolas, formação de professores, materiais de qualidade e na valorização direta dos profissionais, por meio gratificações.
Confira a entrevista com o secretário na íntegra:
1) Secretário, o Governo de Mato Grosso e a Seduc têm falado sobre a meta de melhorar os índices educacionais nos próximos anos. Qual é o planejamento e o que já está sendo feito para atingir esse objetivo?
Nosso desafio é melhorar a educação em três eixos: modernizar os espaços escolares, levar tecnologia para dentro das escolas, e melhorar a aprendizagem. Desenhamos o Educação 10 Anos, que é um conjunto de 30 políticas públicas, mais de 155 projetos, e garantimos os investimentos para que essas ações pudessem chegar na ponta. Esse programa tem como foco, nesses quatro próximos anos da gestão Mauro Mendes, estar entre as dez melhores educações do Brasil, e, ao final do plano, em 2032, estar entre as cinco melhores.
Para isso, temos um programa robusto de investimentos, com contratos que estão sendo executados pela Seduc e convênios em parceria com as prefeituras, para ajudar a reformar as escolas, construir novas unidades, quadra poliesportiva e levar tecnologia. Estamos investindo em aulas mais atrativas e interativas, levando o Chromebook e material didático de qualidade, e trabalhando na formação dos profissionais de educação para darem uma aula melhor para o nosso estudante.
Para o novo ensino médio, que é a grade curricular da educação básica junto com o curso técnico-profissional, fizemos parceria com o Senai, Senac e Instituto Federal. Então, são várias estratégias dentro desse conjunto de políticas que vão nos ajudar a conquistar os resultados e elevar a educação do Estado de Mato Grosso para entre as melhores educações do Brasil.
2) A preocupação do governador Mauro Mendes em melhorar a educação pública de MT fez com que o Estado criasse uma gratificação por eficiência e resultado para os professores. O senhor acredita que esses 14º e 15º salários vão incentivar os profissionais a se engajarem pelo atingimento das metas e dos objetivos da educação?
Essa é mais uma ação inovadora do governo Mauro Mendes, para incentivar os nossos profissionais da educação, professores, técnico e apoio. O professor da Seduc que atua 30 horas ganha R$ 5.021,00, e se trabalhar 40 horas ganha R$ 6.690,00. Nós somos, hoje, o terceiro melhor salário do Brasil.
Nós também temos a gratificação por resultado, com metas individuais e coletivas, como participar de todas as formações e assiduidade. A meta principal e mais relevante para nós é diminuir a evasão escolar e melhorar a qualidade da aprendizagem. Cada escola vai ter uma meta de aprendizagem, e vamos monitorá-la dentro do nosso sistema de avaliação, o Avalia MT. Então, se cumprir as metas, o professor vai ter a chance de ter um 14º e 15º salário. Essa é uma política para motivar esses profissionais da educação a conquistarem os seus resultados.
Se todas as nossas 680 escolas baterem as metas, vamos ter um investimento na ordem de R$ 120 milhões para pagar essas gratificações. Vale lembrar, também, que o Estado garante 100% da recomposição inflacionária para os profissionais, ou seja, todos ganham o RGA.
Governador Mauro Mendes lança ferramenta tecnológica para potencializar a aprendizagem no ensino médio das escolas estaduais – Créditos: Mayke Toscano/Secom-MT
3) A educação estadual tem recebido investimentos importantes, como em tecnologia e conectividade. Esses recursos vão chegar em todas as escolas, nos 141 municípios?
Sim. Uma das estratégias dentro das nossas políticas é a inclusão digital dos profissionais da educação e dos nossos estudantes. Para isso investimos em infraestrutura, modernizamos espaços, e levamos internet de qualidade e conectividade para todas as salas de aula. Descentralizamos recursos e as escolas investiram, melhoraram a sua infraestrutura de dados, e passaram a ter internet em todas as salas de aula.
Além disso, o Governo, com outra ação inovadora, destinou R$ 6,5 mil direto na conta do professor para comprar um notebook e um pacote de dados durante a pandemia da covid-19. Também foram entregues notebooks para os profissionais que atuam nos 92 municípios que passaram por redimensionamento das escolas. O Estado ainda licitou 120 mil Chromebooks, que podem ser usados em laboratórios móveis e salas de aula, e comprou 8 mil televisores, para que o professor possa dar uma aula interativa, e ter uma prática pedagógica melhor.
4) E de que forma essa transformação tecnológica pode impactar na qualidade do ensino?
Podemos utilizar essa tecnologia para ter uma aula mais dinâmica, para acessar as plataformas que temos de matemática, português, língua inglesa, história, geografia, química, física, ou seja, é possível utilizar essa tecnologia para ter uma aula mais interativa.
Hoje o estudante tem uma mentalidade diferente da que nós tínhamos na escola do século XX. Por isso, todos os nossos materiais didáticos têm plataforma de apoio e videoaula e temos portal do aluno e do professor para acompanhamento da grade curricular, do roteiro pedagógico e das avaliações.
Então, tendo um computador para trabalhar, uma ferramenta, com certeza a gente consegue tornar o ambiente de sala de aula mais atrativo e moderno.
5) A Seduc tem investido em manutenções e reformas das escolas, e inaugurado novas unidades. Qual é o planejamento de vocês para os próximos anos? Quantas novas escolas devem ser inauguradas?
Nesses últimos quatro anos, entregamos 21 novas escolas para a população e iniciamos a construção de outras 41 unidades – um investimento na casa de R$ 403 milhões. Também realizamos reparos, reformas e manutenções, em ações que somam outros R$ 400 milhões. Atualmente foram 23 escolas totalmente reformadas e entregues e temos 126 em andamento. Entregamos 22 novas quadras poliesportivas e estamos construindo mais 38 – investimento na casa de R$ 60 milhões. Investimentos em climatização das unidades e revitalizamos mobiliários para garantir um espaço melhor para o aluno e para o profissional da educação.
Vale lembrar também que, em 2019, quando assumimos, nós tínhamos escolas de lata, escolas muito ruins. Retiramos todas essas salas, reformamos esse espaço e mandamos recursos para as escolas, de até R$ 100 mil, para manutenção.
6) Uma experiência inédita para professores e estudantes é a oportunidade de intercâmbio em Londres, na Inglaterra, por meio do edital MT no Mundo. De onde surgiu essa proposta e o que a Seduc espera atingir com essa ação?
A Seduc tem o programa Mais Inglês, uma política que adotamos e tornamos obrigatória nos ensinos fundamental e médio, e, por meio dele, trabalhamos com um dos melhores materiais de inglês do Brasil, com plataforma digital, formação de professor e material didático de excelente qualidade. Para o nosso ensino médio, por meio da EF Education First, oferecemos uma plataforma interativa, com aquele inglês que você aprende praticando, falando.
Com isso, planejamos o primeiro intercâmbio cultural do Estado. Essa é uma ação que já existe em alguns estados e aqui Mato Grosso só vimos acontecer com quem tinha condições financeiras. As classes média e alta, que tinham condições de bancar, contratavam uma agência, matriculavam o filho e o levavam para fazer essa imersão. Então pensamos: por que não fazermos isso com o estudante da escola pública? Apresentei a ideia para o governador Mauro Mendes e ele fez as melhorias.
Fizemos o processo licitatório e estamos proporcionando essa imersão cultural aos nossos estudantes e professores. Vamos levar 100 jovens para Londres, na Inglaterra, para um intercâmbio de 21 dias, com investimento de R$ 50 milhões. Foram selecionados os 50 melhores estudantes da educação básica, das disciplinas como matemática, português, física e química, e os outros 50 estudantes foram os melhores avaliados dentro da plataforma EF.
É uma novidade e uma iniciativa super importante que vai transformar a vida desses jovens. Tenho certeza que vai ser uma excelente iniciativa.
Escolas Técnica e Militar em Primavera do Leste – Créditos: Mayke Toscano/Secom-MT
7) Ainda falando em experiência, a Seduc possui escolas vocacionadas, em tempo integral, para o esporte e ensino de línguas, por exemplo. Como funcionam essas unidades? Há planejamento para expansão da proposta?
A gente sempre cita a escola de tempo integral, a Escola Arena, que é um case de sucesso. Lá tem mais de 600 estudantes com acesso a mais de 10 modalidades, como karatê, judô, xadrez, natação, jiu-jitsu, futsal, voleibol, basquete, no contraturno. Além disso, as escolas vocacionadas contam com refeição reforçada, acompanhamento pedagógico e um currículo diferenciado.
Além da Escola Arena, temos mais uma escola em Cuiabá e outra em Rondonópolis que são vocacionadas para o esporte. Temos, também, uma novidade nesse ano, que são as escolas vocacionadas para línguas, uma em Cuiabá, uma em Várzea Grande e uma em Tangará da Serra. Hoje essas unidades funcionam como piloto. Queremos ampliar essa política, a partir de 2024, para outras unidades no Estado.
8) Algumas escolas disponibilizam, por exemplo, aulas de robótica, o que é uma novidade para os alunos da rede estadual. Quantas escolas já têm esse laboratório? Vocês pretendem implantar em mais unidades?
São 130 escolas com aula de robótica e a partir do ano que vem queremos ampliar para mais 60. Dentro dessas novas 60 escolas, estamos fechando uma parceria com o Senai para construir 30 Fab Labs, que são laboratórios de prototipagem rápida, ou seja, vai ter impressora 3D, mesa para construir robôs e impressora com máquina de corte, e queremos fazer isso a partir do ano que vem. Além disso, esse ano vamos realizar o primeiro torneio de robótica educacional do Estado, uma iniciativa super importante porque, por meio da robótica, podemos despertar a lógica da programação e outros componentes, como matemática e física, e colocar na prática dentro de um laboratório, de forma interativa.
9) Uma das bandeiras da Seduc é a redução do analfabetismo em Mato Grosso. Como a Seduc trabalha para que os índices diminuam a cada ano?
Em 2019 recebemos um diagnóstico, dados do próprio IBGE, de que havia 200 mil mato-grossenses analfabetos com mais de 15 anos. Então, nós apresentamos esse programa para o governador, que é o Mais MT Muxirum, com objetivo erradicar o analfabetismo do Estado. Com essa nossa política e ao final dessa gestão, queremos chegar a esses 200 mil mato-grossenses.
Até o ano passado atendemos 55 mil jovens e adultos e esse ano nós estamos atendendo 24 mil pessoas em 126 municípios – um investimento de R$ 15 milhões. Vamos chegar em 2024 com cerca de 80 mil jovens e adultos atendidos, e até o final de 2026 queremos chegar até esses 200 mil jovens e adultos. Não queremos deixar nenhum deles para trás.
10) Em maio a Seduc reforçou a segurança das unidades, em parceria com a Sesp, por meio do Protocolo Emergencial de Segurança nas Escolas, que prevê a instalação de câmeras de monitoramento. Esses equipamentos já estão em funcionamento? Eles devem ser permanentes?
Dentro da Seduc temos um núcleo de mediação escolar que promove a formação de professores facilitadores, pacificadores para mediar os conflitos, e outra das nossas estratégias, mais recente, é dentro do programa Vigia Mais MT, por meio dessa parceria com a inteligência da Segurança Pública.
Aderimos na ata da Sesp cinco mil câmeras para levar para todas as escolas do Estado. Começamos por Cuiabá e Várzea Grande, onde mais de 20 escolas já instalaram e as câmeras já estão funcionando. Os equipamentos podem ajudar o diretor e a comunidade escolar a monitorarem os espaços escolares e ficam interligados aos sistemas das Polícias Militar e Civil, a fim de garantir uma resposta rápida.
Nós queremos prevenir, mas o que vai fazer a diferença mesmo é a cultura de paz que a gente implementa dentro das unidades escolares. É um trabalho da comunidade escolar, da família, de acompanhar e identificar os sinais que o estudante vem apresentando. Hoje a gente sabe que a questão do bullying, cyberbullying, racismo e questões socioeconômicas das famílias são muito representativas e têm impacto diretamente no abandono escolar, na evasão escolar.