FONTE R7
[email protected]
Um menino de dois anos de idade, morador do estado norte-americano de Nevada, morreu de uma infecção por uma ameba comedora de cérebro. Segundo a família, Woodrow Bundy contraiu a infecção enquanto nadava em Ash Springs.
“Woodrow Turner Bundy voltou vitorioso para nosso pai no céu às 2h56. Ele lutou por sete dias. O mais longo que qualquer pessoa sobreviveu nos registros [desse tipo de infecção] são três [dias]. Eu sabia que tinha o filho mais forte do mundo. Ele é meu herói, e serei eternamente grata a Deus por me dar o melhor menino do mundo, e sou grata por saber que um dia terei esse menino no céu”, escreveu a mãe dele, Briana Bundy, no último dia 18 em uma publicação no Facebook.
A ameba que vitimou o menino é chamada de Naegleria fowleri e entra no corpo pelo nariz, levando a uma condição chamada MAP (meningoencefalite amebiana primária), que tem uma alta taxa de mortalidade.
Segundo os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos, os primeiros sintomas surgem cerca de cinco dias após a infecção pela ameba.
Os pacientes apresentam dor de cabeça, febre, náusea, vômito, rigidez no pescoço, confusão, convulsões, alucinações e coma. A doença avança rapidamente e leva à morte em poucos dias.
“A infecção destrói o tecido cerebral, causando inchaço cerebral e morte”, acrescentam os CDC em seu site.
A taxa de mortalidade entre quem é infectado pela Naegleria fowleri supera 97%. Nos EUA, entre 1962 e 2022, 157 indivíduos contraíram a ameba comedora de cérebro, e apenas quatro sobreviveram.
Tratamentos para essa infecção rara e de rápida progressão ainda são um desafio. Alguns medicamentos têm mostrado eficácia contra a infecção, como anfotericina B, azitromicina, fluconazol, rifampicina, miltefosina e dexametasona.
A miltefosina — usada contra a leishmaniose e infeções por amebas de vida livre — foi o medicamento que recentemente teve mais sucesso em matar a Naegleria fowleri em laboratório e tratar três sobreviventes, de acordo com a agência de saúde americana.
A Naegleria fowleri é encontrada em água doce quente, como lagos, rios, fontes termais e piscinas não tratadas. A ameba também pode estar presente em água quente de poços e caldeiras. A ameba não é encontrada em água salgada nem em água fria.