DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Vamos falar sobre depressão? O ator André D’Lucca descortina sua vida no Projeto Fênix, que traz à tona um momento marcante, que mobilizou todo o Estado de Mato Grosso, entre artistas, políticos, pessoas comuns, desde crianças, após ele travar uma luta contra a depressão que o levou na tentativa de suicídio. Trata-se de um documentário e uma peça teatral, um monólogo, que serão apresentados no Teatro Cerrado Zulmira Canavarros, dia 21 de agosto, às 20h, com relatos dele e de pessoas que vivenciaram esse período de quase morte à vida, do ator, em um exemplo de superação desse distúrbio mental comum e sério. A entrada para o lançamento é 1 litro de leite longa vida, com censura de 12 anos de idade.
Fênix traz um monólogo, onde André D’Lucca fala sobre o antes, o durante e o depois de sua tentativa de suicídio. Vai revelar o que levou o ator a fazer isso, como foi a recuperação e em que momento D’Lucca ligou a chave de que queria estar vivo, e que a presença dele era importante e o motivou a querer “ficar e a contrariar todas as previsões: cadeira de rodas, transplante, hemodiálise e estar perfeito, com apenas uma cicatriz na barriga”, para fazê-lo lembrar todos os dias do que ele fez naquele momento.
“Eu fui praticamente dado como morto. Eu voltei dos mortos”, conta o artista, que atualmente está morando em São Paulo, trabalhando com teatro no Grupo Vertigem, um dos principais do Brasil.
Durante o monólogo, terá um momento com o poema “Nós”, da escritora e poeta, imortal da Academia Mato-grossense de Letras Luciene Carvalho. A direção do espetáculo é do Sérgio Pardal, o cenário e o figurino são de André D’Lucca e do artista visual Jean Guaré, a arte do espetáculo pela designer gráfica, Fernanda Fernandes, com fotografia de Fábio Motta e Ricardo Januário como preparador corporal.
Já o documentário, traz relatos de pessoas ligadas àquele momento, como as irmãs Luciana Mara (enfermeira) e Elinalva Aparecida, o irmão Arnaldo Júnior, e as pessoas que o encontraram naquela situação, em sua casa, entre os socorristas, a médica clínica e homeopata Otilia Maria Teofilo, diante da situação que o levou a ficar dias na UTI entubado, em 2019, e que levou centenas de pessoas em uma corrente de oração, clamando pela vida de André D’Lucca, na porta do antigo Pronto Socorro Municipal de Cuiabá.
Também estão no DOC, o diretor de teatro do Cena Onze, Flávio Ferreira, que é o pai das artes cênicas do André; Chris Fortuna, que o ator conhece desde o ano de 1995, quando o artista entrou para o grupo Cena Onze, a psicóloga Alessandra Cristina, também conhecida por ele desde esse ano; a cantora e compositora Vera Capilé, o músico e parceiro de trabalho, Henrique Maluf; a poeta Luciene Carvalho, e a atriz Ariana Carla, todos considerados “amigos-irmãos” do artista.
Além do depoimento de dois políticos: um que conseguiu entrar no quarto, no antigo Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, o Felipe Wellaton.
“E o outro foi o Wilson Santos, que pediu a minha autorização para entrar, já no hospital particular e eu autorizei. E foi muito surreal aquele momento, porque o Wilson foi um dos políticos que eu mais fiz piada, mais peguei no pé, e ele estava ali, naquele momento. Ele foi lá me visitar. E a gente conversou e riu muito”, lembra D’Lucca.
CIRCULAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO
Após o lançamento, no teatro Zulmira Canavarros, o documentário, de aproximadamente 40 minutos, ficará disponível para veiculação nas plataformas digitais e festivais temáticos que abordem de modo particular os impactos causados pela depressão.
O PROJETO
Além de revelador, o projeto Fênix é intenso, comovente e transformador, em sua mensagem. Ele conta com a emenda parlamentar impositiva do deputado estadual Wilson Santos, por meio de patrocínio do Governo do Estado de Mato Grosso, via Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e TV Centro América.
A proposta do projeto é colocar em evidência a depressão e como há caminhos para lutar contra, e as maneiras de como superar e não chegar ao momento em que a pessoa só acredite que exista apenas uma saída: o suicídio.
Para isso trouxe um fragmento da vida do ator André D’Lucca, que passou pelo processo, após um estado depressivo grave, utilizando duas vias de produção: o teatral e o audiovisual.