A Organização Internacional de Polícia Criminal, a Interpol, incluiu o brasileiro Danilo Cavalcante na lista vermelha do órgão. Buscado há mais de dez dias no estado americano da Pensilvânia, de onde fugiu da cadeia, ele passou a constar no banco de imagens de pessoas procuradas globalmente, num esforço de cooperação internacional para a localização de foragidos.
Aos 34 anos, Cavalcante é descrito pela Interpol como um homem de 1,52 metro, 54 quilos, de cabelos pretos e olhos castanhos. Ele pode estar vestindo camiseta branca, calça verde ou cinza da prisão e tênis branco, alertou o órgão.
Cavalcante teria experiência em buscar refúgio em meio ao mato, enquanto tenta escapar de autoridades, segundo disse o tenente-coronel George Bivens ao jornal americano Philadelphia Inquirer, na última sexta-feira. Atualmente, há uma recompensa de R$ 100 mil pelo brasileiro, que foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato da ex-namorada.
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De acordo com Bivens, um dos vários policiais envolvidos na operação, foi no mato que o brasileiro, que trabalhava como lavrador, buscou esconder-se após matar a tiros um homem na cidade de Figueirópolis, no Tocantins, em 2017. O assassinato de Walter Júnior, motivado por uma dívida, levou a um mandado de prisão preventiva contra Danilo Cavalcante, que conseguiu deixar o Brasil logo em seguida.
A região de Chester County, onde o brasileiro é procurado, tem ampla área verde, com bosques e locais que poderiam servir de esconderijo.
— Continuarei esta busca, em qualquer ritmo, enquanto for necessário — disse Bivens ao jornal americano.
Em entrevista coletiva neste domingo, a polícia da Pensilvânia informou que a irmã do brasileiro Danilo Sousa Cavalcante foi presa pelo órgão de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, da sigla em inglês). Ela estava em situação irregular no país e vai enfrentar um processo de deportação.
— Ele agora está tentando obter apoio de pessoas conhecidas — disse George Bivens
Cavalcante se estabeleceu no condado de Chester porque tinha uma irmã e amigos que foram para os EUA antes dele. Ele trabalhou por um tempo na construção civil e alugou um trailer para morar em um estacionamento em East Pikeland Township.
Mudança de aparência e van roubada
Bivens também deu explicações sobre o novo avistamento do brasileiro, na madrugada deste domingo. Cavalcante, de acordo com o militar, tentou buscar ajuda com um ex-colega de trabalho. A pessoa procurada pelo brasileiro, no entanto, não estava em casa. O fugitivo então deixou o local. Ao retornar, o morador verificou as imagens do circuito interno de TV e percebeu que se tratava do foragido. Ele então chamou a polícia.
Neste domingo, as autoridades locais divulgaram novas imagens do foragido. Ele agora está sem barba e usou uma van roubada para se locomover. O veículo foi abandonado e já recuperado pelas autoridades locais.
Segundo a polícia da Pensilvânia, o ex-colega de trabalho de Cavalcante analisou as imagens da câmera de segurança da casa, que filma o rosto de quem toca a campainha. Ele verificou que se tratava do fugitivo e decidiu acionar os policiais. São esses registros que a polícia divulgou mais cedo neste domingo, com o brasileiro usando um agasalho esverdeado, boné e sem barba.
Fuga registrada em vídeo
Condenado à prisão perpétua pelo assassinato da ex-namorada, em 2021, Cavalcante fugiu do Presídio de Chester County, na Pensilvânia, pouco mais de uma semana após receber a sentença. Nesta quarta-feira, a recompensa pelo brasileiro subiu de US$ 10 mil para US$ 20 mil, o equivalente à cerca de R$ 100 mil.
As autoridades liberaram um vídeo que mostra uma parte da fuga de Danilo Cavalcante da prisão de Chester County. Nas imagens é possível ver um detento sem camisa, em primeiro plano. Do lado esquerdo, em um corredor, aparece o brasileiro, de 34 anos. Ele caminha até o fundo e inicia sua técnica para escalar a parede. Cavalcante coloca as mãos na parede da frente e os pés na parede atrás. Dessa forma, ele consegue subir até desaparecer do campo de visão da câmera.
Condenado à prisão perpétua
Em agosto, Cavalcante foi condenado à prisão perpétua após matar sua ex-namorada, a maranhense Débora Brandão, a facadas, em 2021. O crime, que o levou à condenação, ocorreu porque o brasileiro não aceitava o fim do relacionamento. Segundo a NBC Philadelphia, a condenação não tem chance de liberdade condicional.
Cavalcante e a vítima namoraram por cerca de um ano e meio. Durante esse período, Débora sofreu diversos episódios de violência doméstica.
O brasileiro também tem mandado de prisão por um assassinato ocorrido em 2017, no Tocantins. Ele é réu na Justiça tocantinense em um caso de homicídio em que um homem, Valter Júnior Moreira dos Reis, foi morto a tiros em uma praça em Figueirópolis.