O ator Michael Gambon, mais conhecido por interpretar Alvo Dumbledore na franquia dos filmes “Harry Potter”, morreu aos 82 anos nesta quinta-feira (28).
A família confirmou a morte em uma declaração emitida pela agente de relações-públicas Clair Dobbs. Segundo a agência de notícias PA Media, ele morreu “pacificamente no hospital”.
“Estamos arrasados em anunciar a perda de Sir Michael Gambon. Amado marido e pai, Michael morreu pacificamente no hospital com sua esposa Anne e seu filho Fergus ao lado de sua cama, após um ataque de pneumonia”, diz o comunicado.
Admirado por gerações de atores, Sir Michael John Gambon começou a atuar no palco no início dos anos 1960. Mais tarde, estreou na TV e no cinema.
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Oliver Phelps (à esq.), Daniel Radcliffe, Michael Gambon (atrás) e Bonnie Wright (à dir.), de ‘Harry Potter’, durante a inauguração do parque temático The Wizarding World of Harry Potter na Universal Studio Resort em Orlando, Flórida, 18 de junho de 2010 — Foto: Scott Audette/foto de arquivo/Reuters
Entre seus papéis notáveis estão o líder psicótico da máfia em “O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante”, de Peter Greenaway, em 1989, e o idoso rei George V, em “O Discurso do Rei”, de Tom Hooper, em 2010.
Gambon foi o segundo ator a interpretar Dumbledore na versão cinematográfica de “Harry Potter”. Ele encarou o papel em 2004 depois da morte de Richard Harris, em 2002. Ao todo, foram oito filmes da franquia. Desde 2018, Jude Law interpreta o personagem na franquia “Animais Fantásticos”.
O ator nasceu em 19 de outubro de 1940, em Dublin, na Irlanda, filho de mãe costureira e pai engenheiro. A família mudou-se para Camden Town, em Londres, quando Gambon tinha seis anos, enquanto seu pai procurava trabalho na reconstrução da cidade no pós-guerra.
Daniel Radcliffe que interpreta Harry, Gary Oldman que interpreta Sirius Black, Emma Watson que interpreta Hermione Granger, Michael Gambon que interpreta Alvo Dumbledore e Rupert Grint que interpreta Ron Weasley, em 2004, em Londres — Foto: Peter Macdiarmid/Foto de arquivo/Reuters
Gambon deixou a escola aos 15 anos para iniciar um aprendizado de engenharia e aos 21 estava totalmente qualificado. No entanto, ele também foi membro de um grupo de teatro amador e sempre soube que atuaria, disse ao jornal “The Herald” em 2004. Ele se inspirou nos atores americanos Marlon Brando e James Dean, que ele acreditava refletir a angústia dos adolescentes.
Em 1962, ele fez o teste para o grande ator shakespeariano Olivier, que o tornou um dos membros fundadores do National Theatre no Old Vic, ao lado de outros jovens grandes nomes emergentes, como Derek Jacobi e Maggie Smith.
Gambon construiu sua reputação no palco nos anos seguintes, tornando-se conhecido em particular com sua interpretação de Galileu em 1980 em “Life of Galileo”, de John Dexter.
A década de 1980 atraiu maior atenção com o papel principal no programa de TV “The Singing Detective”, de 1986, no qual ele interpretava um escritor que sofria de uma doença debilitante da pele, cuja imaginação fornecia a única saída para sua dor. O desempenho lhe rendeu um de seus quatro BAFTAs.
Michael Gambon na premier de ‘Harry Potter e o enigma do príncipe’, em 2009, nem Nova York — Foto: Jamie Fine/Foto de arquivo/Reuters
Ele também ganhou três prêmios Olivier e dois prêmios Screen Actors Guild Awards – por “Gosford Park” e “O Discurso do Rei” de 2001. Gambon foi nomeado Comandante do Império Britânico em 1992 e cavaleiro pelos serviços prestados ao teatro em 1998, algo que ele chamou de “um belo presente”, embora não tenha usado o título.
Personalidade travessa, ele sempre inventava histórias. Durante anos, ele mostrou a outros atores uma fotografia autografada de Robert De Niro, que ele mesmo havia assinado antes mesmo de conhecer o ator americano.
Ele revelou em um episódio do programa “The Late Late Show” na Irlanda que convenceu sua mãe de que era amigo do papa.
Aposentadoria
Gambon se aposentou dos palcos em 2015 após sofrer problemas de memória de longo prazo, mas continuou atuando na tela até 2019. Ele disse a um entrevistador em 2002 que seu trabalho o fez se sentir “o homem mais sortudo do mundo”.
Ele se casou com Anne Miller, em 1962, com quem teve um filho. Embora nunca tenham se divorciado, anos depois ele também teve outra companheira, a cenógrafa Philippa Hart, 25 anos mais nova, com quem teve dois filhos.