DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Elaborado pelo Instituto Nelson Wilians (INW), em parceria com o Nelson Wilians Advogados (NWADV), o manual emerge como uma ferramenta na desconstrução dos pensamentos e comportamentos racistas, que, lamentavelmente, se tornaram uma norma em nossa sociedade.
Além de contextualizar o racismo em suas raízes históricas, o documento aponta as várias formas de discriminação racial que permeiam nosso cotidiano, buscando sensibilizar e educar para instigar uma transformação cultural profunda e imprescindível.
Na abertura da palestra, o presidente do NWADV, Nelson Wilians, e a presidente do INW, Anne Wilians, destacaram a importância do manual no combate ao racismo e na inclusão de uma força de trabalho que verdadeiramente representa nossa sociedade.
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“Precisamos estar engajados para que essas mudanças aconteçam em nossas vidas e empresas. Temos que, de fato, responder às nossas responsabilidades”, afirmou Nelson Wilians.
A presidente do INW ressaltou a importância de se promover um ambiente de trabalho inclusivo e livre de racismo, não apenas como um dever moral, mas também como um investimento vital para qualquer empresa, e convidou à reflexão. “Vocês têm que ter certeza que estão numa empresa que se posiciona contra o racismo”, disse Anne Wilians.
Durante sua apresentação, a advogada Fayda Belo, especialista em crimes de gênero e Direito Antidiscriminatório, falou sobre a maneira que nossa cultura contribuiu para a perpetuação do racismo e destacou como, infelizmente, essa problemática continua enraizada em nossa sociedade, ainda nos dias atuais.
“Por que todos os dias pessoas negras sofrem racismo, se existem leis?” perguntou Fayda. A resposta, de acordo com a ativista, “é porque racismo não se combate com leis, mas com antirracismo”.
Fayda destacou a necessidade de se adotar uma abordagem ativa e consciente para promover uma mudança cultural e social mais ampla. Segundo ela, o antirracismo requer o engajamento de toda a sociedade, não apenas do governo, para erradicar a discriminação racial em todas as suas formas.
A ativista ainda fez um chamado às corporações. “Mais importante ainda do que olhar para a pluralidade é olhar para o prisma da competência, existem pessoas negras que podem ocupar todos os espaços”. E para transformar essa percepção, disse Fayda, “esse ambiente (corporativo) precisa ser preparado, precisa ter letramento racial e práticas de inclusão”.
Fayda também destacou a importância de erradicar o racismo recreativo. “Essa história que era para ser só uma piada não pode existir. Tudo que dói no outro e alimenta a exclusão não pode ser engraçado”. Encerrando sua fala, ela enfatizou que “é possível um Brasil sem exclusão”, mas que “combater a exclusão é dever de todos”.
O manual está acessível gratuitamente nos sites do INW (inw.org) e do NWADV (nwadv.com.br).