DR. LUIZ FERNANDO
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Enquanto o resto do mundo mergulha nas luzes cintilantes e na alegria festiva do Natal, Cuiabá se destaca este ano por um motivo diferente, é um dos Natais mais tristes da história. Após a terrível pandemia, os cuiabanos mereciam ter o resgate da alegria e do Espírito Natalino. Com avenidas irradiando as luzes de Natal, árvores bem ornamentadas, presépios para reiterar que se trata do nascimento do menino Jesus, poderia ser assim, nas praças, nos bairros mais carentes, e onde mais pudesse refletir esse período tão impactante.
Lamentavelmente temos muitos presentes, mas, são de grego. As ruas, longe de estarem adornadas com decorações natalinas, estão pontuadas por crateras profundas, buracos que se tornaram a marca registrada da paisagem urbana, onde até o Papai Noel poderia encalhar seu trenó. O prefeito Emanuel Pinheiro, o “entregador de presentes indesejados”, só desapontou. Como um verdadeiro Papai Noel às avessas, deixou um rombo de 1,2 bilhão de reais, um presente de Natal que certamente ninguém na cidade queria encontrar ao lado da árvore.
Enquanto os cidadãos enfrentam ruas esburacadas, a falta de merenda para as nossas crianças, que ainda enxugam em suas faces o suor que escorre diante da falta de ar-condicionado nas salas de aula, o prefeito continua falindo os cofres públicos. Onde será que foi parar o dinheiro da prefeitura?! Afinal de contas sobram maldades e muitas dívidas; centenas de fornecedores e prestadores de serviços sem recebimento e até servidores sem o devido recolhimento de contribuições previdenciárias, e por aí vai.
Mas, a generosidade do Natal se faz presente, está na Câmara de Vereadores, ou melhor, na base governista que por lá reina. A maioria dos vereadores, os que blindam, protegem e defendem Emanuel Pinheiro, podem dar um presentão especial ao prefeito do paletó, e em contrapartida um mimo desagradável a sociedade; manter o prefeito no Alencastro, no coração da administração municipal. O medo latente de aprovar uma Comissão Processante para investigar e, eventualmente, cassar o prefeito é tão palpável quanto a falta de decorações natalinas nas ruas.
O verdadeiro espetáculo está na inventividade desses vereadores, que parecem competir em um concurso de desculpas e justificativas criativas para evitar a reprovação das contas municipais. Talvez seja medo das consequências devastadoras que poderiam surgir, como a inelegibilidade futura, caso as contas sejam rejeitadas. A falta de dinheiro para até mesmo montar um presépio simboliza a falência não apenas financeira, mas também moral da gestão municipal.
Este é o “presente” de Natal do prefeito do paletó, uma espécie de saga natalina versão Cuiabá, onde a magia do Natal é substituída por dramas políticos e descaso administrativo. Enquanto os cidadãos esperam um milagre natalino para transformar sua cidade em um lugar mais habitável, parece que o único milagre que o prefeito conseguiu realizar foi tornar a ingerência, negligência e corrupção, uma tradição natalina na capital mato-grossense. Definitivamente a gestão Pinheirista, não gosta de Pinheiros de Natal e nem tampouco de nobres presentes a população, que revoltante!
Dr. Luiz Fernando Amorim, médico e vereador (Republicanos)