DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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A partir desta quinta-feira (14), os técnicos administrativos em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e do Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) aderem ao movimento nacional em prol da reestruturação da carreira e por melhores condições de trabalho.
A paralisação acontece após meses de negociação sem sucesso com o governo federal e, em respeito à legislação vigente, não impede a realização de serviços essenciais, reduzindo estes para apenas 30% das atividades.
Além dos servidores docentes, a UFMT conta com a força de trabalho de mais de 1300 servidores técnicos, responsáveis por todo o funcionamento administrativo da Instituição.
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Eles acolhem a comunidade através do atendimento ao público e participam do desenvolvimento de todas as atividades de ensino, pesquisa, extensão, cultura, esporte e lazer que a universidade oferece, sendo assim fundamentais para o cumprimento da missão institucional da UFMT.
“Somos nós técnicos que atuamos em todas unidades da UFMT, desde a biblioteca até o processamos e pagamento de bolsas e salários. Atuamos nos Hospitais Veterinário e Hospital Universitário Júlio Muller e também mantemos os laboratórios que dão sustentação ao ensino e a pesquisa funcionando. Atuamos na porta de entrada da UFMT, recebendo a comunidade e mantemos a infraestrutura em ordem para o bom funcionamento do ensino e da pesquisa”, afirma André Faust, servidor técnico-administrativo da UFMT.
No HUJM, os técnicos da UFMT também são responsáveis pela assistência, pela preceptoria e pelo cumprimento das atividades de ensino e de pesquisa, além de atuar efetivamente no atendimento dos usuários dessa importante unidade do SUS no ambiente universitário. Por isso, a luta por melhores salários está diretamente vinculada à melhoria da qualidade do atendimento.
“Desde o início de sua história o HUJM tinha técnicos vinculados à UFMT atendendo a população de Cuiabá e Mato Grosso, mas desde que o hospital foi assumido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) nós temos perdido espaço e direitos, com a coexistência no mesmo ambiente de trabalho de duas categorias com regimes, salários e benefícios distintos. Por isso uma das pautas dessa luta é a isonomia de tratamento para ambas categorias. Afirmou Luzia Melo, coordenadora geral do SINTUFMT.
A principal reivindicação dos servidores é o aprimoramento da carreira para que reflita a importância da Educação Pública no Brasil.
Atualmente a categoria dos técnicos administrativos em Educação têm o menor salário do serviço público no executivo Federal. Nos cargos de nível médio, a remuneração base bruta é de R$2400, ou seja, R$3000 a menos que um servidor de mesmo nível do INSS. Além disso, desde 2005 — quando o plano de carreira foi aprovado — os reajustes conquistados pela categoria nunca foram o suficiente para vencer a inflação, já que não há uma Política Salarial com Reajuste Anual e nem data base como as demais classes de trabalhadores CLT.
“O resultado disso é que a cada ano, mais servidores deixam a carreira em busca de novas oportunidades, alcançando uma taxa alarmante de evasão e, por consequência, a diminuição na qualidade dos serviços prestados”, completou Luzia.
Desde 2023, as entidades representativas dos servidores, como a FASUBRA, tentam negociar um reajuste salarial para o ano de 2024, sem sucesso com o governo federal, tornando a greve a última alternativa da classe.
Durante este período, diversas ações de conscientização, sensibilização e mobilização serão conduzidas pelos manifestantes e suas atividades serão reduzidas ao essencial na UFMT e no HUJM, como previsto em lei.
Paralisação
As aulas na UFMT continuam, mas atividades realizadas pelos Técnicos administrativos, como o atendimento do Hovet, a divulgação de editais, o processamento das bolsas e outras atividades essenciais ocorrerão em 30% de sua capacidade. Aulas práticas ou de campo podem ser suspensas na medida em que necessitarem de transporte ou de determinados recursos técnicos.
A partir de quinta-feira (14) a guarita 2 (acesso pela av Alziro Zarur) ficará fechada. A guarita 1 (acesso pela rotatória do viaduto) será fechada apenas no dia 14, até as 9h da manhã, para marcar o início da paralisação, com uma Assembleia/Ato que será realizada naquele local a partir das 07h00 .
Já no hospital HUJM os serviços do Ambulatório I, II, III, IV serão paralisados, enquanto os serviços de assistência das Clínicas, UTIs, Bloco de Imagem, Nutrição, Banco de Sangue e de Leite, dentre outros terão escalas de GREVE construídas de comum acordo com as chefias.
As atividades de cada setor/unidade terão sua garantia conforme dispositivo legal.