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MILITÂNCIA

Secretaria da Mulher apoia realização da 1ª Marcha das Visibilidade Trans de Mato Grosso

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Emanoele Daiane

Josy Thayllor Santos descobriu a militância ao mesmo tempo em que se descobriu trans. Em um país como o Brasil, que lidera o ranking de países que mais matam pessoas trans, aprender a lutar pela vida e por direitos é um aprendizado que nasce junto com o próprio autodescobrimento.

Os anos de luta transformaram Josi em presidente da Associação de Travestis e Transsexuais de Mato Grosso (Astramt), cargo no qual viverá algo histórico na sua vida e também na vida de pessoas trans que lutam por reconhecimento há décadas: trata-se da 1ª Marcha da Visibilidade Trans da história de Mato Grosso, que ocorrerá no dia 17 de maio.

A marcha será realizada com apoio da Secretaria da Mulher de Cuiabá e do Núcleo da Defesa da Mulher da Defensoria Pública de Mato Grosso, além de outros coletivos e institutos que lutam por direitos para pessoas trans.

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A concentração para a marcha será realizada na Praça Alencastro, no Centro Histórico de Cuiabá. Os manifestantes descerão a Rua 13 de Junho até a Praça Ipiranga, voltando pela Prainha até a Alencastro novamente. A pauta da marcha neste primeiro ano será sobre o acesso à Saúde por pessoas trans em Mato Grosso.

“Eu comecei a minha militância com 13 anos de idade, eu tentei buscar o melhor para mim para me conhecer, eu fui buscar esse fortalecimento com outras pessoas em Cuiabá e fora do estado”, conta. “Eu comecei muito cedo, a marcha é um meio de dar visibilidade em Mato Grosso, que é um estado muito preconceituoso, nós queremos que a sociedade veja com um olhar mais atento a população trans”, afirmou.

Além da Astramt, a marcha foi idealizada pelo Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat), a Guerrilha Cuiabana, a Conexão Nacional de Mulheres Transexuais e Travestis de Axé (Conat) e o coletivo Hendy Santana da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).  Para a secretária-adjunta da Secretaria da Mulher, Elis Prates, a marcha é resultado de um trabalho de fortalecimento de políticas públicas na capital que tem sido feito há muitos anos na Secretaria.

“Nós queremos que com a marcha as pessoas olham e digam que pessoas trans são pessoas e se questionem o que o poder público está fazendo”, afirmou Elis. “Estamos bem felizes com a organização porque é uma forma de trazer visibilidade para uma população que está na nossa sociedade mas não tem voz nem vez, na perspectiva de dizer que essas pessoas existem e precisam de saúde, emprego e cidadania”, afirmou Elis Prates

Julian Tacanã, Coordenador do núcleo estadual do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT-MT) conta que atualmente não existem referências de atendimento de Saúde para pessoas trans e travestis em Mato Grosso em funcionamento. Por isso, o tema escolhido para Marcha foi “Por um SUS Transinclusivo. Queremos viver mais!”. O nosso Instituto tem cumprido um papel essencial na luta pelo ambulatório trans no estado. Ele elogiou a ação da Secretaria da Mulher de Cuiabá, que dará ênfase para os problemas enfrentados pelas pessoas trans.

“A Secretaria da Mulher sempre foi uma parceira na luta por direitos, fico feliz que a secretaria tenha se colocado em seu compromisso social que é estar ao lado daqueles e daquelas que precisam de políticas de acesso de Saúde,  Educação,  Assistência Social e Segurança”, afirmou. “Queremos que todos vão, pessoas trans e travestis, mas também pessoas cisgêneras aliadas nessa luta e nessa construção por direitos.”

Para a Coordenadora Estadual da Conatt, a marcha também é uma oportunidade de mostrar que as religiões também podem abraçar pessoas trans. Khauanny Garcia, coordenadora Estadual De Mato Grosso Da Conexão Nacional De Mulheres Transexuais e Travestis de Axé (Conatt), elogiou a iniciativa.

“A Conatt nasceu porque sofríamos muita discriminação no Axé, não poderíamos usar roupa de sacerdotisa e nós fomos reivindicando esse espaço, então a marcha vem  justamente para fortalecer essa força entre os grupos, para mostrar que a mulher trans e o homem trans precisam ter o seu espaço”, afirmou.

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