DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
[email protected]
Recuperação de córregos e áreas degradadas, criação de áreas verdes, incentivos a medidas sustentáveis no comércio e nas residências, mudanças no Plano Diretor. Essas e outras propostas e ideias foram debatidas em uma reunião plenária liderada pelo pré-candidato a prefeito de Cuiabá Lúdio Cabral (PT) na noite de segunda-feira (22) com o tema “Planejamento Urbano e Emergência Climática”.
O encontro, realizado no auditório do Sindicato dos Bancários, faz parte da agenda do movimento Mais Ação Pra Mudar Cuiabá, de onde sairão os principais eixos do Plano de Governo de Lúdio para a Prefeitura da capital, e contou com a presença do secretário nacional e Relações Internacionais do PT, Romênio Pereira.
“Hoje realizamos mais uma etapa de um caminho que nós já estamos percorrendo há algumas semanas, com todas essas pessoas que estão se reunindo para elaborar o nosso Programa de Governo. Eu vou me esforçar ao máximo para ser o porta-voz dessas ideias, para poder, na campanha, fazer o debate que precisamos fazer para o futuro da nossa cidade”, afirmou Lúdio ao final do encontro.
Entre no nosso grupo do WhatsApp do Mato Grosso Mais, siga-nos também no Instagram e acompanhe nossas atualizações em tempo real.
O arquiteto e urbanista e professor da UFMT Cláudio Miranda traçou o cenário do planejamento da cidade a partir da mobilidade urbana em Cuiabá. Um dos pontos levantados foram as mudanças nas áreas de interesse ambiental do município nos últimos anos e como alterações no planejamento, em especial do Plano Diretor, podem aumentar a temperatura e reduzir espaços livres na capital. Miranda defendeu ainda que é preciso voltar o olhar para o Rio Cuiabá novamente, quando se pensa em mobilidade.
Clóvis Vailant, professor e mestre em Geografia pela UFMT, pontuou a necessidade de se pensar Cuiabá no conceito de “cidades esponja”, com áreas permeáveis. Medidas práticas como incentivo à agricultura urbana e à criação de áreas verdes podem ajudar a cidade a lidar com eventos climáticos extremos como ondas de calor e chuvas intensas, na avaliação de Vailant, em especial entre a população mais vulnerável.
O professor aposentado da UFMT Juacy da Silva, articulador da Pastoral da Ecologia Integral, destacou que os mais pobres têm sido também os mais atingidos pela emergência climática. Juacy registrou que há 29 córregos em Cuiabá transformados em esgoto e que é “indigno que as pessoas morem nessas condições”. Ele propôs medidas como desconto no Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) para plantio de árvores e obras em calçadas e muros, além da criação de cooperativas populares de energia solar, estímulo à agroecologia no Cinturão Verde, entre aquelas que podem ajudar Cuiabá a lidar com os extremos climáticos.
Já o diretor do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães e servidor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fernando Xavier, observou que é necessário diagnosticar o cenário negativo trazido pela emergência climática, mas também é preciso “esperançar”. Xavier propõe a criação da Zona de Segurança Hídrica do Coxipó e um movimento para a capital liderar a defesa do Pantanal a partir do Rio Cuiabá.
Outros participantes da plenária ainda defenderam a rearborização e a acessibilidade das calçadas de Cuiabá por meio de incentivos fiscais, a criação de parques nos bairros da periferia da cidade, mudanças sustentáveis no transporte público, e plantio de árvores nativas e frutíferas em terrenos baldios. As próximas plenárias serão na quinta-feira (25), sobre Políticas Sociais Estruturantes, e na segunda-feira (29), sobre Saúde e Qualidade de Vida, a partir das 18h30, no Sindicato dos Bancários.
Yukino Schwallier