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NA ASSEMBLEIA

Comissão de Meio Ambiente debate com órgãos ações para conter incêndio no Pantanal

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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GILBERTO LEITE DE OLIVEIRA

Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais e da Comissão Especial de Observatório Socioeconômico – ambas da Assembleia Legislativa de Mato Grosso – o deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) conduziu nova reunião na tarde de quarta-feira (21), para discutir incêndios que afetam o Pantanal.

O enfrentamento a um grande incêndio no município de Barão de Melgaço foi um dos principais assuntos do encontro, promovido no Batalhão de Emergências Ambientais do Corpo de Bombeiros Militar, em Cuiabá.

Membros do Corpo de Bombeiros Militar do Estado (CBM/MT) explicaram as ações em andamento para tentar controlar o avanço do fogo naquela região e o deputado Avallone apresentou documento para solicitar à Marinha do Brasil equipamentos para apoiar a operação.

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O incêndio, único ainda não controlado no Pantanal no momento, começou numa área da Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil (RPPN) Sesc Pantanal, cerca de 15 dias após a realização de uma queima prescrita e autorizada por órgãos federais.

“Existe apenas um grande incêndio, isso é muito importante colocar. A reunião demonstrou a organização da força-tarefa que está permitindo que aqui não tenha muitos [focos] incêndios, como aconteceu em Mato Grosso do Sul. A organização feita por todo esse grupo de instituições é que tem garantido isso. Uma pena que lá dentro do Sesc houve uma reincidência de um fogo autorizado e que não pode ser controlado”, avaliou Carlos Avallone. Na ocasião, estavam presentes à reunião representantes de órgãos como Defesa Civil, Marinha e secretarias estaduais de Meio Ambiente e Infraestrutura.

Membros do Corpo de Bombeiros Militar do Estado (CBM/MT) explicaram as ações em andamento para tentar controlar o avanço do fogo naquela região

Foto: GILBERTO LEITE DE OLIVEIRA

“Há um trabalho nunca antes visto do governo de Mato Grosso para fazer enfrentamento à problemática dos incêndios florestais. O que é fato também é que há uma condição climática muito desfavorável para o Corpo de Bombeiros e muito favorável para a ocorrência de grandes incêndios. Mesmo nesta condição de alto potencial de incêndios, há no Pantanal um único incêndio e esse incêndio está sendo fortemente enfrentado com a integração de diversas forças”, pontuou o comandante do CBM/MT, coronel BM Flávio Gledson Vieira Bezerra.

“Em Barão de Melgaço, a gente tem uma frente de incêndio evoluindo próximo ao rio São Lourenço e próximo ao rio Cuiabá e essas duas frentes estão sendo combatidas de forma integrada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, mas com participação das Forças Armadas, ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade], Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais] e também os órgãos estaduais, prefeituras municipais e produtores rurais, além do engajamento de diversos atores, como a gente viu aqui a Assembleia Legislativa”, completou o comandante do Corpo de Bombeiros. Segundo ele, há cerca de 200 homens do CBM/MT para combate no Pantanal.

Apesar de todo esforço, o desafio continua grande por conta das altas temperaturas e baixa umidade do ar. Por isso, o deputado Carlos Avallone e o senador Wellington Fagundes (PL) entregaram ao comandante da Capitania Fluvial de Mato Grosso, Carlos Corrêa, um ofício para que seja verificada a possibilidade de a Marinha disponibilizar aeronaves e embarcações para apoiar a operação em Barão de Melgaço.

“Esse documento será encaminhado para o Comando Conjunto, que tem uma estrutura dentro do Ministério da Defesa e de outros órgãos participantes, e que logo após recebimento vai ser verificado qual é a disponibilidade desses equipamentos para serem empregados no combate a incêndio aqui em Mato Grosso. A formalização desse pedido é fruto de uma visita que ocorreu na nossa sede, que fica em Mato Grosso do Sul, na cidade de Ladário”, disse Carlos Corrêa, lembrando da visita que parlamentares de Mato Grosso fizeram na semana passada à Marinha.

No Pantanal já estão presentes equipamentos da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Sinfra/MT). “Nós temos patrulhas que a gente chama de patrulhas gêmeas, em Barão de Melgaço e Poconé. Hoje são compostas por seis pás-carregadeiras, duas motoniveladoras, um trator esteira e mais três caminhões pipas e também por maquinários de apoio, que são pranchas e caminhonetes”, listou o superintendente da Sinfra, João Bezerra. O Exército também está presente e é responsável pelo apoio logístico das operações, fornece alimentação aos bombeiros e brigadistas e atua na infiltração de equipes em áreas de difícil acesso.

Dificuldades presentes no Pantanal – A prefeita de Barão de Melgaço, Margareth Gonçalves (PSDB), chamou atenção para as mudanças climáticas que têm ocorrido. “Barão está passando por uma situação muito crítica, que é a questão da seca.  A seca este ano está muito intensa, existem rios que não estão navegáveis. Poços artesianos de comunidades próximas a Barão estão secando”, ilustrou.

“O Brasil não é o grande culpado por todas as questões climáticas do mundo. Nós precisamos que os Estados Unidos e a China nos ajudem, os dois. A conversa aqui não é ideológica. Mas eles que estão poluindo o mundo com a energia mais terrível que tem, energia nuclear, energia de óleo diesel, energia de carvão, energia de tudo poluindo. Isso tem que diminuir. O mundo tem que diminuir fazendo isso para que as coisas melhorem climaticamente aqui no Brasil e principalmente no Pantanal e na Floresta Amazônica”, argumentou o deputado Carlos Avallone.

Em complemento a isso, o senador Wellington Fagundes defendeu que é preciso investir na região. “Ainda é o momento de apagar fogo, mas também de planejar o futuro. Da minha parte, chamar atenção do governo federal para que junto do governo do estado se faça uma política de desenvolvimento da economia do Pantanal. Com o fazendeiro empobrecido acaba o Pantanal todo sendo mais suscetível à queima e outras ações que impactam, como o lixo, o esgoto”, afirmou. Ele acredita que a agricultura e a pecuária extensiva são atividades que podem mudar o cenário atual da região.

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