Com uma área estimada de 40 hectares com o cultivo de cacau e uma produtividade em torno de mil quilos por hectare, o município de Colniza (1.065 km a Nordeste de Cuiabá), há dois anos (2017 a 2019) investe no uso de tecnologia com materiais enxertados e clones superiores, podendo chegar a uma produtividade de dois mil quilos por hectare.
O engenheiro agrônomo da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Ronaldo Benevides de Oliveira Filho, fala que será montado um viveiro comunitário para a produção de 7.500 mudas enxertadas, com o plantio em uma área piloto de 10 hectares em 2020.
No Assentamento Rural Primeiro de Maio, na Comunidade Sol Um, Ronaldo proferiu uma palestra para 15 produtores rurais sobre a melhoria genética das plantas, reforçando a produção de mudas.
As atividades para viabilizar a construção do viveiro serão iniciadas este ano, e cada produtor vai produzir 500 mudas que estarão prontas para plantio em 2020. A muda de cacau demora em média sete meses para plantio no campo.
De acordo com Filho, o uso mais intensivo da tecnologia com materiais enxertados e clones superiores tem como objetivo tornar a cultura mais atrativa. Serão realizados acompanhamentos durante as adubações, controle de pragas e doenças, plantios mais adensados no espaçamento 3 x 3 metros e podas.
Ele explica que a produção de mudas enxertadas vai ter início em maio com o plantio de porta-enxertos, que são mudas produzidas a partir das sementes, e que serão plantadas no período chuvoso do ano.
Os enxertos são oriundos da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que está elaborando um plano de revitalização e expansão da lavoura cacaueira no Mato Grosso.
No Estado o cultivo do cacau ocupa uma área de 880 hectares, com uma produtividade média de 660 quilos/ha. Esses dados são referentes ao ano de 2017, quando atingiu uma produção de 647 toneladas.
“O cultivo do cacau começou com a criação do município. Alguns agricultores trouxeram a experiência sobre o cultivo feito em outras localidades e implantaram as primeiras plantas.
Hoje estima-se que o cultivo ocupa uma área de 40 hectares, com produtividade em torno de 1000 kg/ha, plantadas no espaçamento de 4 x 4 metros”, explica Ronaldo.
Produção de chocolate
No Assentamento Primeiro de Maio, foi realizado também o curso de derivados de cacau. A extensionista social da Empaer, Conceição Santana Ribeiro, abordou Boas Práticas na Manipulação de Alimentos, higiene pessoal e orientou sobre a limpeza dos vasilhames, processo de fermentação das sementes, secagem dos grãos do cacau, processo de torragem, extração da nibs, chocolate amargo, chocolate em pó, chocolate em pedaços, cocada ao leite, doce de leite com chocolate, brigadeiro de mandioca e chocolate.
A extensionista explica que nibs de cacau é a matéria-prima usada para fazer chocolate, ou seja, são amêndoas fermentadas, secas, torradas e trituradas. Possuem um sabor intenso de chocolate amargo, e são tenras devido a manteiga de cacau presente dentro das amêndoas. O curso foi realizado no barracão da Igreja São João Batista e contou com a participação de 16 pessoas, entre mulheres, produtores e jovens rurais.