O ex-secretário adjunto de Administração Sistêmica, Francisvaldo Pereira de Assunção, foi preso novamente pela Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR), em conjunto com o Comitê Interestadual de Recuperação de Ativos (CIRA), Delegacia de Capturas e Polícia Interestadual (DCPI) de Brasília e Ministério Público Estadual (MPE), na operação denominada Quadro Negro.
A operação deflagrada, nesta terça-feira (22), visa dar cumprimentos a mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão domiciliar com o objetivo de apurar desvios ocorridos no antigo Centro de Processamento de Dados do Estado (Cepromat), atual Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI).
As ordens judiciais foram decretadas pela juíza Ana Cristina Silva Mendes da 7ª Vara Criminal da Capital. Ao todo foram expedidos 06 mandados de prisão preventiva e 07 de busca e apreensão domiciliar, que serão cumpridos nas cidades de Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Luziânia-GO.
A Polícia Civil concede entrevista coletiva ainda nesta manhã para dar detalhes da operação e a participação dos envolvidos no caso.
Além de Francisvaldo, o empresário Valdir Piran também é um dos presos. Ele teve o mandado de prisão cumprido em Brasília.
PRIMEIRA PRISÃO – OPERAÇÃO FAKE DELIVERY
Francisvaldo Pereira de Assunção foi preso este ano, no dia 19 de agosto, durante a operação “Fake Delivery”, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Administração Pública (Defaz).
Na operação, a Defaz investigou um suposto esquema na compra de materiais escolares para comunidades indígenas em 2014, época em que Francisvaldo era adjunto de Administração Sistêmica da pasta, sob o comando da atual deputada federal Rosa Neide (PT).
À época, foram “gastos” R$ 2 milhões em materiais escolares para aldeias indígenas e quilombolas, mas segundo a Defaz, apenas R$ 850 mil de produtos foram entregues.
A outra parte, cerca de R$ 1,1 milhão, teria sido, supostamente, entregue a Francisvaldo, na sede da pasta.
O caso começou a ser investigado após denúncia feita junto ao extinto Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção (GTCC), comandado por Adriana Vandoni, em 2015.
A Polícia Civil informou não houve planejamento e nem a comprovação da necessidade de aquisição dos materiais além de que não foi comprovado a vantagem na adesão carona de registro de preço nº. 05/2013.
A investigação também relevou que os contratos foram substituídos por ordens de fornecimento, sem a comprovação de destino de material de expediente.
Para a Defaz, existem indícios de que os materiais foram adquiridos já com a intenção de desvio dos recursos, uma vez que o responsável pela Coordenadoria de Educação Escolar Indígena (2010/2016) declarou que não lhe foi solicitado qualquer tipo de informação.