Um comentário da jornalista Eliane Cantanhêde , analista política da GloboNews e colunista do jornal O Estado de S. Paulo, gerou polêmica nas redes sociais após ela dizer no programa ‘Em Pauta’ que haveria um incômodo com o “excesso de espaço” que a futura primeira-dama, Rosângela Silva , a Janja , “vem ocupando”.
Logo depois da fala da jornalista, que chegou a comparar Janja com outra primeiras-damas de gestões anteriores, ela foi acusada de machismo por congressistas, celebridades e usuários das redes sociais.
No comentário, Cantanhêde questionou por que Janja esteve sentada ao lado de Lula (PT), do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, durante encontro com aliados na quinta-feira (10), no CCBB, em Brasília.
“Ela estava ali sentada, mas ela não é presidente do PT, ela não é líder política, ela não é presidente de partido, enfim, por que ela estava ali? Qual era o papel da primeira-dama?”, disse a jornalista ao vivo.
Cantanhêde, em seu comentário, apontou que Ruth Cardoso (1930-2008), mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como um bom exemplo de primeira-dama.
“Como a Janja, [Ruth] tinha o brilho próprio. Era professora universitária. Uma mulher super respeitada na área dela e cuidado da comunidade solidária, mas ela não tinha protagonismo, ela não tinha voz nas decisões políticas. Se tinha, era a 4 chaves dentro do quarto do casal. Ou seja, já incomoda, sim, porque ela [Janja] vai começar a participar de reunião, já vai dar palpite e daqui a pouco, ela vai dizer ‘esse aqui vai ser ministro, esse aqui não pode’. Isso dá confusão. Se é assim na transição, imagina quando virar primeira-dama”, afirmou Cantanhêde.
Veja outras três primeiras-damas citadas pela jornalista:
- Yolanda Costa e Silva (1907-1991), mulher de Costa e Silva (1899-1969) – “super maquiada, super artificial” ;
- Lucy Geisel (1917-2000), mulher de Ernesto Geisel (1907-1966) – “muito discreta, dona de casa” ;
- Rosane Collor, ex-mulher de Fernando Collor – “quem se esqueceu da Rosane Collor, jogando aliança fora, fazendo confusão, daí todo dia tinha briga, diziam que ela fazia coisas religiosas meio estranhas na casa da Dinda”.
Acusada de machismo nas redes sociais
A presidente do Partido dos Trabalhadores Gleisi Hoffmann criticou Eliane. Em uma de suas redes sociais, Hoffmann escreveu que o “machismo incrustado na cabeça de mulheres ditas esclarecidas” a apavora e chamou a declaração da jornalista de “desprezível”.
Cantanhêde respondeu: “Alguém falar de ‘machismo incrustado’ comigo não é só injusto, é ridículo. Meu feminismo está no DNA e numa vida inteira. Elogiei Janja, apenas separei a relação pessoal com função pública”.
Já o deputado federal eleito André Janones, publicou uma foto ao lado de Janja com uma frase de Chimamanda Ngozi Adichie: “Se uma mulher tem poder, porque é que é preciso disfarçar que tem poder? Mas a triste verdade é que o nosso mundo está cheio de homens e de mulheres que não gostam de mulheres poderosas”. Logo depois, Janones escreveu em outra publicação : “Eu prefiro uma primeira dama que ajude o presidente a governar, do que uma que ajude a lavar dinheiro da milícia em sua conta bancária” em referência a atual primeira-dama Michele Bolsonaro.
A cantora Daniela Mercury disse: “A fala de Eliane Catanhede sobre Janja é das piores coisas que já vimos uma mulher falar sobre outra. @JanjaLula sempre disse que gostaria de ressignificar esse papel de primeira dama e pelo visto ela já começou a fazê-lo.Janja não veio para ficar nos bastidores. RESPEITA A JANJA.”
O influencer Felipe Neto publicou uma mensagem em defesa da futura primeira-dama: “Janja entende muito, trabalha dia e noite e é um orgulho pro Brasil tê-la como primeira-dama. A mulher é socióloga com MBA em Gestão Social e Sustentabilidade. Respeita a Janja!”, escreveu.
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Fonte: IG Política