DA CNN BRASIL
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O avião com Jair Bolsonaro (PL) pousou no Aeroporto Internacional de Brasília, por volta das 06h40 da manhã desta quinta-feira (30), após o ex-presidente passar três meses nos Estados Unidos.
Ainda no aeroporto de Orlando, Bolsonaro concedeu entrevista exclusiva à CNN, na qual negou irregularidades no caso das joias presenteadas pela Arábia Saudita e também comentou sobre seus próximos passos.
Ele pontuou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “uma oposição por si só”, criticou os atuais ministros e disse que não há possibilidade de colaborar com a administração atual.
Entretanto, afirmou também que não irá liderar “nenhuma oposição”, mas que participará com seu partido “como uma pessoa experiente”, colaborando com “o que eles desejarem”.
Por fim, também anunciou que rodará o Brasil “uma ou duas vezes por mês”, buscando conversar com seus apoiadores.
O ex-chefe de Estado viajou para o exterior no dia 30 de dezembro, dois dias antes do fim de seu mandato. Ele não participou da passagem da faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante o período nos EUA, ele se hospedou na casa do lutador José Aldo e participou de um evento conservador, no qual também esteve presente Donald Trump.
Recepção no Brasil
Os planos do ex-mandatário para a volta incluíam desfile em carro aberto e até discurso para apoiadores após o desembarque. O Partido Liberal (PL) também discutiu fazer anúncio nas redes sociais e mobilizar a militância bolsonarista.
Entretanto, isso não deve ser possível devido ao esquema de segurança da Polícia Federal (PF), que recomendou que Bolsonaro não saia pelo saguão do aeroporto, utilizando uma rota alternativa.
Além disso, não serão permitidas manifestações e novos acampamentos em determinados locais. A PF também recomenda que as pessoas evitem ir ao aeroporto, para não atrapalhar o andamento dos voos.
Assim, o Partido Liberal também informou, em nota, que “não está previsto qualquer evento ou fala do ex-presidente”.
Após o desembarque, ele encontrará com Michelle Bolsonaro, Valdemar Costa Neto e o general Braga Netto. Eles devem, então, se reunir com outras autoridades na sede do PL, no Complexo Brasil, em Brasília.
A CNN apurou que tanto o PL quanto Jair Bolsonaro ficaram irritados com as determinações das autoridades, pois visavam fazer dessa volta um evento para marcar o retorno do “líder da oposição”.
Plano de segurança
O planejamento da segurança deve envolver ao menos 500 policias, com bloqueios em avenidas próximas ao aeroporto. Todas as forças de segurança do Distrito Federal devem estar a postos desde às 4h.
Há possibilidade de fechamento em “prazo curto” da Esplanada dos Ministérios e de acessos ao aeroporto.
Há reforço de agentes da PF, que é responsável pela segurança aeroportuária no Brasil, do lado de dentro do aeroporto, incluindo o saguão — conforme pontuou Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, a corporação não tem competência legal para fazer a segurança na área externa.
Um monitoramento informal feito pelo PL nas redes sociais apontou que pelo menos 5 mil pessoas cogitavam comparecer ao aeroporto na manhã de quinta-feira para receber o ex-presidente.
Sobre um pedido de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, a Flávio Dino e à Polícia Federal de reforço na segurança no aeroporto, o ministro reforçou que “a PF agirá de acordo com a lei. Não posso aceitar seu pedido e desrespeitar a lei”.
A PM terá no esquema agentes do Comando de Policiamento de Trânsito, que inclui os batalhões Rodoviário e o de Trânsito; o Batalhão de Operações Especiais (Bope); o Batalhão de Patrulhamento de Choque (BPChoque), as Tropas Convencionais da Área Central; O Batalhão com Cães (BPCães); e a Cavalaria.
O objetivo da Secretaria de Segurança Pública do DF é repetir o esquema do 7 de Setembro do ano passado, quando todas as forças estiveram presentes e a operação foi considerada um sucesso.
O Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) também estão no aeroporto de Brasília, bem como o Corpo de Bombeiros.
A Polícia Rodoviária Federal, por sua vez, monitora a chegada de ônibus e carros a Brasília.
(Publicado por Léo Lopes, produção de Marina Toledo)