DA ASSESSORIA
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Os autores de um homicídio qualificado, ocorrido há quase três anos, em Cuiabá, foram condenados em decisão do Tribunal do Júri da Comarca da Capital a 23 e 19 anos de prisão, respectivamente. Os dois seguem presos.
O crime investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa ocorreu em maio de 2020, no bairro Três Barras, e vitimou Severino Messias Santos de 56 anos.
Os autores, M.P.S.R., de 30 anos, e M.P.S, de 21 anos, foram indiciados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Eles também foram indiciados por furto qualificado pelo concurso de pessoas. Após praticarem o homicídio, levaram da casa da vítima pertences como aparelhos eletrônicos, celular e botijão de gás.
O delegado responsável pelo inquérito, Caio Fernando Albuquerque explicou que a vítima foi atacada pelos autores dentro de sua residência, no bairro Três Barras. Severino foi ferido com diversas perfurações e o corpo foi enterrado, sem roupa, pelos criminosos, em uma cova rasa nos fundos da casa. O corpo foi encontrado no dia 24 de maio de 2020, após vizinhos sentirem mau cheiro vindo da casa e acionar a polícia. O corpo já estava em decomposição.
Investigação e prisões
Após as investigações realizadas pela DHPP, os dois suspeitos pelo crime foram presos temporariamente em junho de 2020, em cumprimento a mandados judiciais decretados pela 12ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá.
Durante a apuração do crime, um dos deles foi ouvido pela Polícia Civil e assumiu a autoria do homicídio.
Conforme o delegado Caio Albuquerque, a vítima foi morta por motivo fútil e com emprego de recurso que impossibilitou sua defesa. “No momento em que foi morta, a vítima encontrava-se nua em seu quarto, sem antever o que lhe ocorreria, quando foi surpreendida pelas inúmeras facadas”, disse o delegado.
Depoimentos
Ouvido em interrogatório, um dos autores, que era vizinho da vítima, declarou na DHPP que tinha um relação de amizade com a vítima e foi à casa de Severino algumas vezes para fazer manutenção em eletrônicos. Ele alegou ainda que soube da morte da vítima por um amigo e esteve na casa de Severino, antes da vítima desaparecer, para consertar um “radinho”, tendo permaneceido no local por três horas e este foi seu último contato pessoal com a vítima.
Uma testemunha ouvida pela Polícia Civil relatou que um dos criminosos sempre frequentava a casa da vítima para beber cerveja e não o teria visto em nenhuma oportunidade prestando serviços de conserto de eletrônicos, pois a vítima era quem consertava os próprios pertences.
O outro criminoso condenado acabou assumindo participação no crime quando foi questionado pela equipe da DHPP. M.P.S, que tinha 18 anos à época do homicídio, assumiu seu envolvimento na ocultação do cadáver da vítima, mas se eximiu de participação no homicídio de Severino.