DA REDAÇÃO/ MATO GROSSO MAIS
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O ex- presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), concedeu uma entrevista logo após ser condenado pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE) na tarde desta sexta-feira, 30 de junho, por 5 a 2 votos, em Belo Horizonte.
Segundo Bolsonaro, “não está morto” politicamente e pensa em recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Durante coletiva, Bolsonaro afirmou que “acredita ser sido a primeira condenação por abuso de poder político” e se tratar de um “crime sem corrupção”.
Alegou, ainda, que o TSE “trabalhou contra as suas propostas” e que ele, durante o mandato, respeitou a Constituição, “muitas vezes a contra gosto”.
O ex-presidente foi questionado se entrará com recurso ou não, ele foi irônico e disse que conversará com seus advogados.
“Meu recurso é no Supremo Tribunal Federal, né? […] Tentaram me matar aqui em Juiz de Fora há pouco tempo, levei uma facada na barriga. Hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade por abuso de poder politico”, disse Bolsonaro.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Com a decisão, a Corte declarou Bolsonaro inelegível por oito anos, até 2030.
Derrotas no TSE
Bolsonaro citou alguns episódios de derrotas de sua campanha no TSE para criticar “como o Tribunal agiu” durante as eleições.
O ex-presidente criticou a postura do Tribunal Superior Eleitoral, alegando que foi proibido de “até de fazer lives” da casa dele – na ocasião, o Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República. O ministro entendeu que ele estava “utilizando-se de bens e serviços públicos a que somente tem acesso em função de seu cargo” para fins eleitorais.
Disse que o tribunal o proibiu de “mostrar imagens de Lula defendendo o aborto”, quando, na ocasião, a decisão não julgou o mérito, mas entendeu ter havido irregularidade na publicação do vídeo, que foi impulsionado. A legislação proíbe patrocínio de conteúdos negativos contra adversários.
Citou também quando o TSE o proibiu de “mostrar imagem do Lula no Morro, do CPX”. Na ocasião, foi determinado que apagassem as postagens que associavam a sigla CPX a uma facção criminosa, já que se trata de uma abreviação para “Complexo”, uma referência a “complexo de favelas”.
Jair Bolsonaro ainda citou que o TSE o proibiu de “mostrar imagem do Lula dizendo que pode roubar um celular, que é pra tomar uma cervejinha”. Na ocasião, ficou comprovado se tratar de uma montagem, em uma “reunião de frases que foram ditas em momentos distintos e em contextos distintos”, ainda segundo o tribunal.
‘Pelo conjunto da obra’
Jair Bolsonaro avaliou que foi julgado pelo “conjunto da obra” e não somente pela reunião com os embaixadores, origem da ação movida pelo PDT que o levou a inelegibilidade.
O ex-presidente disse que, no julgamento dele, “modificou-se a jurisprudência” com relação ao julgamento da chapa Dilma-Temer, em 2017, quando o tribunal não aceitou outras cinco infrações que não estavam no pedido inicial do PSDB, que moveu a ação.
Mesmo sem provas, o ex-presidente voltou a defender o “voto impresso”, uma das motivações para a condenação, e citou que “luta por isso desde 2012” e que “querer acrescentar camadas de segurança” ao processo eleitoral não é crime.
Agenda em BH
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em Belo Horizonte entre a noite de quinta (29) e a manhã desta sexta-feira (30) para o velório e o sepultamento do ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli.
Bolsonaro chegou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, às 21h55 de quinta. Por lá, concedeu entrevista à imprensa e falou com apoiadores.
Ao longo da manhã, ele seguiu para as cerimônias em homenagem a Paolinelli. O velório aconteceu no Palácio da Liberdade, antiga sede do governo de MG, e o sepultamento no Cemitério Parque da Colina, região Oeste da capital.
Em seguida, Bolsonaro partiu para um almoço com integrantes do Partido Liberal em uma churrascaria na região Centro-Sul de BH, de onde acompanhou o resultado do julgamento no TSE.