DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), do mês de junho, registrou avanço de 1,6 ponto percentual (p.p.) no nível de endividados (83,7%) e de 1,2 p.p. na inadimplência (26,7%) em Cuiabá. O levantamento realizado pela Confederação Nacional de Comerciário de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisada pelo Instituto de Pesquisa da Fecomércio (IPF-MT) mostra, em números absolutos, que 171,1 mil famílias possuem dívidas adquiridas com cheques, cartões, carnês, empréstimos e financiamentos.
Dentre os percentuais divulgados na pesquisa, com relação ao endividamento, os que disseram estar com poucas dívidas somam 39,7%, enquanto 31,9% afirmaram estão mais ou menos endividados. Já os que alegaram estar muito endividados representam 12,1% das famílias na capital do estado.
Já com relação à inadimplência, é possível observar um aumento no percentual de famílias com contas em atraso, passando de 25,5% em maio para os atuais 26,7%, atingindo 54,6 mil famílias em números absolutos. Os que afirmaram não possuir condições de pagar somam 5,5%, avanço de 0,2 p.p. no comparativo com o mês anterior.
O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, compara os números da inadimplência na capital com a média nacional. “O cenário de inadimplência na capital mato-grossense é menor que a média brasileira, o que indica uma situação favorável para a cidade. Além disso, o índice de inadimplência está abaixo do verificado em junho de 2022, quando 29,3% dos entrevistados alegaram possuir contas em atraso, quando atingia 59,2 mil famílias cuiabanas”.
Segundo análise do IPF-MT, a média de dias de atraso continua diminuindo, sendo que em junho chegou a ser de 43 dias, um dia a menos que o mês anterior, além de ser bem abaixo da média nacional, que chega a 62,5 dias.
No cenário nacional, cerca de 78,5% das famílias brasileiras possuem alguma dívida, leve crescimento de 0,2 p.p. ante ao mês anterior. Dentre eles, 29,2% estão inadimplentes, ou seja, possuem contas em atraso, avançando 0,1 p.p. no comparativo mensal.
Ainda assim, Wenceslau Júnior esclarece que “a perspectiva de diminuição da taxa básica de juros nos próximos meses fornece melhores condições de acesso e relacionamento com crédito, o que pode ajudar nos índices de endividamento e inadimplência não somente da capital, mas do estado”.
O presidente da Federação conclui que o cenário observado em junho pode não refletir uma tendência de crescimento contínuo no decorrer do ano. “O vínculo entre o endividamento crescente e inadimplência em queda é um indicativo de uma economia aquecida, o que vinha ocorrendo ao longo do último ano, diferente de uma inadimplência em alta”.