SHEILA KLENER
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Participei, recentemente, de uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, para discutir o “Brasil sem Misoginia”. O evento contou com inúmeras figuras políticas, estudiosos sobre o assunto e também com a presença da Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Mas o que é misoginia? Misoginia é um termo oriundo da Grécia antiga usado para conceituar as relações nocivas que ocorrem entre homens e mulheres.
A misoginia é um sentimento de aversão patológico pelo feminino, que se traduz em uma prática comportamental machista, cujas opiniões e atitudes visam o estabelecimento e a manutenção das desigualdades e da hierarquia entre os gêneros, corroborando a crença de superioridade do poder e da figura masculina. Um Brasil sem misoginia é uma visão que a sociedade almeja, onde todas as mulheres possam viver livres do peso do preconceito, da discriminação e da violência de gênero.
Significa construir uma sociedade onde o respeito, a igualdade e a dignidade sejam valores inegociáveis, onde as mulheres possam exercer plenamente seus direitos e alcançar seu potencial sem limitações impostas em nossas estruturas sociais. Para alcançar esse ideal, é fundamental desconstruir padrões e estereótipos de gênero que perpetuam a desigualdade e a subjugação das mulheres. Isso envolve não apenas mudanças individuais de pensamento e comportamento, mas também transformações profundas em instituições, leis e políticas públicas que ainda perpetuam a desigualdade de gênero.
Um Brasil sem misoginia é aquele onde as mulheres são vistas e tratadas como seres humanos completos, com voz, autonomia e poder de decisão sobre suas próprias vidas. É um lugar onde a participação feminina em todos os espaços, sejam eles políticos, econômicos, culturais ou sociais, é não apenas encorajada, mas também valorizada e respeitada. Além disso, um Brasil sem misoginia é aquele que reconhece e combate todas as formas de violência contra as mulheres, sejam elas físicas, psicológicas, sexuais ou econômicas. É um país onde as mulheres possam denunciar os abusos que sofrem e receber o apoio e a proteção necessários para se recuperarem e reconstruírem suas vidas.
Educação, conscientização e empatia são ferramentas essenciais nesse processo de construção de um Brasil sem misoginia. É preciso educar crianças e jovens desde cedo sobre a igualdade de gênero, o respeito mútuo e a importância do consentimento. É necessário promover uma cultura de respeito e empatia, onde todas as pessoas possam se colocar no lugar umas das outras e reconhecer as desigualdades que ainda persistem em nossa sociedade.
Em última análise, um Brasil sem misoginia é um Brasil mais justo, mais humano e mais inclusivo para todas as suas cidadãs. É um objetivo que vale a pena perseguir e que requer o comprometimento de todos nós, homens e mulheres, na luta pela igualdade de gênero e pelo respeito aos direitos das mulheres.
Sheila Klener é geóloga Geóloga e servidora pública.