DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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A oitava edição da lavagem das escadarias da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, em Cuiabá, celebrou a cultura de paz, amor e diversidade.
O evento ecumênico, realizado anualmente, reúne há oito anos pessoas de diversas religiões, com o objetivo de simbolizar a fraternidade e a união entre os povos e as crenças.
A cerimônia incluiu uma caminhada cultural pela paz, marcada por cânticos de hinos religiosos, toques de tambores, danças e a utilização de água aromatizada sagrada. Este líquido era transportado em vasos especiais, chamados de “quartinha feminina”, que representam um elemento fundamental da religião umbanda e são manuseados exclusivamente pelas mães de santo.
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Lindisey, coordenadora da Lavagem, explicou a importância do evento. “Lavamos as escadas para simbolizar a limpeza de toda a mágoa, dor e tristeza que os escravos sofreram durante a época da exploração do ouro”, disse ela.
“A tradição tem raízes profundas no respeito e valorização dos ancestrais que, com muitos desafios, construíram a igreja. Os escravos fizeram um puxadinho, um pequeno espaço onde se amontoavam em silêncio para orar a São Benedito”, acrescentou o padre local, Pedro Canísio.
A Tradição
O culto a São Benedito, padroeiro dos afrodescendentes, é um dos mais antigos e populares do Brasil. Em Mato Grosso, a devoção teve início em 1722, com a construção de uma capela na Rua Sebo, em Cuiabá. Segundo Lindisey Catarina de Sá, presidente da comissão organizadora da lavagem das escadarias, tanto a capela quanto a Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito foram erguidas por escravizados africanos após a descoberta de minas de ouro na capital em 1719.