O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), declarou que, para ele, a relação com o governador Mauro Mendes (DEM) está tranquila e se colocou à disposição do democrata para trabalharem pela capital e por Mato Grosso.
A declaração foi dada em conversa com jornalistas na posse de Mendes na última terça-feira (1º), na Assembleia Legislativa.
Pinheiro explicou que a posse da nova Mesa Diretora da Câmara Municipal, que ocorreu na última terça-feira, não poderia prescindir na presença do prefeito, assim como a posse governador do Estado.
“Ele é o nosso governador, o meu governador. Eu não poderia deixar de estar aqui em nome de Cuiabá para desejar sorte, sucesso e me colocar a inteira disposição do governador Mauro Mendes”, destacou.
O emedebista pontuou que a relação entre eles irá depender de Mendes. E lembrou que coordenou a campanha do democrata em 2012, para a Prefeitura de Cuiabá e que juntos construíram uma história de sucesso para a capital.
Ainda relatou que não estiveram juntos em 2014, por terem apoiado candidatos opostos na campanha para o Governo do Estado e que em 2016, Mendes decidiu não disputar a reeleição do Executivo municipal preferindo se manter imparcial, mesmo que o seu grupo tenha ficado junto com o então candidato Wilson Santos (PSDB).
Pinheiro também explicou que nas eleições de 2018 não foi contra Mendes, mas a favor do então candidato ao governo Wellington Fagundes (PR), pois tinha um compromisso com o republicano. E que, vencido o processo eleitoral, é preciso passar uma borracha e pensar em Cuiabá e em Mato Grosso.
“Estou disposto a isso e eu conheço Mauro muito bem, assim como ele também me conhece. Ele foi o prefeito de Cuiabá, sabe das dificuldades e limitações da capital. Tenho a certeza de que isso tudo será superado. Esses problemas e essas questões menores não vão se sobrepor a uma excelente relação necessária entre o governador do Estado e o prefeito da capital”, afirmou.
Quanto ao pedido que Mendes fez ao Tribunal de Contas do Estado para barrar os R$ 82 milhões que havia sido firmado para o Estado, Pinheiro analisa que faltou diálogo da parte do democrata, que tomou decisões sem ao menos ouvi-lo.
Em 2017, a bancada federal repassou R$ 82 milhões para as obras do novo Pronto Socorro, esse dinheiro era de emendas parlamentares dos deputados. No entanto, foi feito um acordo entre Pinheiro e o então governador Pedro Taques (PSDB) para que esse valor fosse repassado ao Estado como em forma de empréstimo para quitar as dívidas com a Saúde. Mas o tucano não devolveu o valor e caberia a Mendes então fazer esse repasse para o município.
“Eu conversei com o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, que esteve em meu gabinete. Almoçamos juntos com o presidente da Câmara, Misael Galvão. Eu comuniquei a ele sobre esse meu acordo com o ex-governador Pedro Taques e pedi apoio para que ele falasse com Mendes para que a gente pudesse ter um encontro. Entendo a agenda, mas acho que faltou ele me consultar. Principalmente porque o Mauro foi prefeito, conhece a realidade e a história de Cuiabá. Mas isso não vai atrapalhar a excelente relação por Cuiabá e por Mato Grosso”, pontuou.
Ele explicou que a reunião com Figueiredo foi antes do TCE barrar o repasse e que ficaou de verificar a possibilidade deste encontro e retornar depois.
“Eu entendo que é tudo muito corrido e complicado, então acaba gerando uma limitação na agenda. Mas é isso que eu acho que está faltando, ele dialogar mais. E se tem que partir do prefeito, estou aberto ao diálogo e estou aqui para mostrar o meu respeito pelas instituições, pelo movimento cívico patriótico histórico, por Cuiabá, pelo Estado e pelo governador”, ponderou.
Fazendo uma insinuação a decisão do TCE de não permitir a transferência do atual Pronto Socorro Municipal a nova unidade, Pinheiro frisou que os conselheiros do órgão tomaram decisões sem ouvi-lo.
“Eu tenho o maior respeito com os promotores do Ministério público, em especial com Alexandre Guedes, ele faz um pedido e não me ouve. E eu tinha tudo. A juíza Célia Vidotti por quem eu tenho um respeito extraordinário, um patrimônio a Justiça, toma decisões sem abrir vistas ao prefeito o que seria normal, eu tinha tudo ela não me ouviu”, frisou.