Cerca de 20 mil usuários do transporte coletivo da terceira maior cidade de Mato Grosso estão sem ônibus, desde a madrugada desta quarta-feira (12).
Os 50 motoristas que trabalham na empresa, Cidade de Pedra, que opera em Rondonópolis (200 Km de Cuiabá), paralisaram as atividades hoje.
Eles e todos os funcionários da empresa, que gira em torno de 150, estão revoltados.
Os trabalhadores receberam aviso-prévio e vão ser demitidos, em massa, no próximo dia 30 de junho, quando acaba o contrato entre o município e a Cidade de Pedra.
A empresa alega que sem o subsídio da prefeitura é impossível operar.
Caso essa situação seja concretizada, da empresa deixar Rondonópolis, há um grande risco de no dia primeiro de julho a cidade ficar sem ônibus.
Um dos gerentes da empresa, Paulo Sérgio, informou ao que a Cidade de Pedra não teve interesse em participar da licitação proposta pela prefeitura de Rondonópolis.
É o terceiro edital criado pelo poder público que não atrai nenhuma empresa interessada.
Ainda de acordo com Paulo Sérgio, a empresa está reunida, nesta quarta-feira, com os trabalhadores para encontrar uma saída.
Segundo o gerente, o objetivo é que esses funcionários possam continuar a trabalhar com outra empresa que possa vir a operar em Rondonópolis.
Em contato com o secretário Municipal de Transporte e Trânsito, Rodrigo Metello, o mesmo informou que a prefeitura está fazendo estudo para a elaboração de uma nova licitação.
De acordo com Metello, a prefeitura deve fazer um contrato emergencial, já que a próxima licitação não deve ficar pronta a tempo de encerramento de contrato entre a Cidade de Pedra e a prefeitura.
O contrato emergencial pode ser feito com a Cidade de Pedra, opinou Metello.
O gerente da empresa disse que a paralisação só será realizada nesta quarta-feira, a partir de amanhã, os ônibus voltam a rodar normalmente.
A prefeitura de Rondonópolis encaminhou nota pública sobre a situação e disse que não foi comunicada antecipadamente sobre a paralisação.
A Prefeitura de Rondonópolis, por meio da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (Setrat), não havia sido comunicada sobre a paralisação dos funcionários da concessionária do transporte coletivo Cidade de Pedra, nem por parte da empresa nem pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte.
A Setrat explica que na última sexta-feira (7), o Conselho Municipal de Trânsito havia se reunido para tratar dos trâmites que envolvem a confecção do novo edital para realizar uma nova licitação para o transporte coletivo local que contou com a participação do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte, da Acir, CDL, Umes, Câmara Municipal, entre outras entidades.
A Setrat também ressalta que no dia 28 de fevereiro ficou acordado em reunião, também com a empresa Cidade de Pedra e Sindicato, demais entidades e Câmara de Vereadores, que a empresa atuaria em Rondonópolis até que fosse feita nova licitação.
Para que isso fosse possível, ficou definido que a passagem passasse de R$ 3,80 para R$ 4,10, levando-se em conta que não havia reajuste há mais de um ano e meio. Já o repasse da prefeitura para a empresa referente ao passe-livre estudantil que era de 38% no valor da passagem, subiu para 50%.
A Prefeitura esclarece que está trabalhando para resolver a questão o mais possível por entender a necessidade do serviço para a população.
Todas as medidas adotadas visavam garantir o acesso ao cidadão o direito ao transporte público e a manutenção dos serviços prestados pela empresa Cidade de Pedra.