O Governo do Estado prepara um diagnóstico profundo das obras que estão paradas por falta de recursos financeiros.
Segundo o governador Mauro Mendes, elas só serão retomadas com a garantia de lastro financeiro para que sejam concluídas. Em seu primeiro dia de Governo, Mauro disse que não havia material humano suficiente na equipe de transição para fazer o levantamento.
Contou que é necessário fazer um profundo levantamento das medições que foram realizadas, verificando, por exemplo, o que foi pago e o que não foi pago pelo Governo. “Antes de uma eventual retomada você tem que fazer ajustes no contrato, o que é um trabalho complexo e relativamente grande”, disse durante coletiva de posse.
Segundo ele, é necessário esse trabalho de cautela para verificar como está a obra, se houve deterioração, roubos que possam ter acontecido nas obras.
Para Mauro Mendes, são realidades distintas e complexas que o novo Governo enfrentará. Em Cuiabá, as obras para a Copa do Mundo são os maiores gargalos. A cidade foi um dos palcos do Mundial de 2014, mas as obras ainda não ficaram prontas. A principal delas é o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que já consumiu R$ 1,066 bilhão.
Em 2017, a estimativa do governo era de gastar quase R$ 1 bilhão a mais para que os vagões possam trafegar. No entanto, a Operação Descarilho envolvendo o pagamento de propinas do VLT fez o Governo decidir não negociar mais com o consórcio construtor.
Mauro ganhou a eleição prometendo resolver o impasse sobre o VLT em um ano, uma das opções previstas é de realizar uma Parceria Público-Privada (PPP) para a retomada da construção do modal e sua operação. Em 2015, o Governo contratou uma auditoria externa que concluiu que o VLT só seria viável para Cuiabá em 2045, e que naquele momento, o valor da passagem a R$ 3,60, o Estado teria que arcar com R$ 37 milhões, por ano, para funcionamento do modal.
Outra obra paralisada que foi questionamento de Mauro na campanha foi o Hospital Júlio Muller, que está sendo construído às margens da MT-040 na saída para Santo Antônio de Leverger. A obra foi parada em 2014, por necessidades de adequações no projeto. Segundo o ex-governador Pedro Taques (PSDB), o hospital está sendo construído em um ‘banhado’ e o convênio com a União está equivocado, já que prevê 50% de contrapartida do Estado, quando o máximo seria de 20% já que o hospital servirá à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Uma das promessas de Mauro é de retomar à obra.
Na nova gestão, tanto a construção de estradas, quanto as obras urbanas estão a cargo da Secretaria de Estado de Infraestutura e Obras Públicas (Sinfra), sob resposabilidade de Marcelo Padeiro.
Vale lembrar que o ex-governador Pedro Taques (PSDB), se enveredou por caminho semelhante no tocante às obras e acabou se perdendo em auditorias intermináveis e por isso, pouco realizou nesse quesito.