Samu ameaça demissões após 6 meses sem salários

A equipe médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Cuiabá ameaça pedir demissão. Segundo os trabalhadores  afirmam que estão há seis meses sem receber salários. Não há outro serviço de atendimento pré-hospitalar na baixada cuiabana e a demissão em massa dos trabalhadores significaria o colapso dos atendimentos de urgência na Capital e nos demais municípios da grande Cuiabá.

Em nota divulgada na segunda-feira (07), os trabalhadores do Samu afirmam que são submetidos a condições precárias de saúde, além dos salários atrasados.

“Queremos registrar as nossas condições indignas de trabalho. Situações em que faltam medicações básicas, faltam luvas para o atendimento inicial, faltam macas, faltam ambulâncias – que por vezes se encontram sem funcionamento, faltam revisões periódicas, faltam por vezes locais apropriados para manter as unidades e as medicações. Faltam condições que nos ajudem a manter o mínimo para tentar dar o atendimento digno à população”, diz a nota.

De acordo com a equipe médica, o atraso de meio ano nos pagamentos torna “inviável” a manutenção do vínculo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Os trabalhadores ponderaram que as demissões, caso venham a ocorrer, seguirão o devido trâmite administrativo.

Segundo a SES, o secretario Gilberto Figueiredo (PSB) já deu início às conversas com os profissionais. A secretaria informou que até o mês de acordo todos os valores foram pagos à Universal Med, empresa que era responsável pelo contrato do Samu, e também oi feito um depósito de R$ 406 mil por decisão da Justiça.

A partir de setembro, os pagamentos foram feitos à ProClin, que assumiu o serviço. Segundo a SES, os valores referentes a setembro foram pagos e os valores do mês de outubro estão empenhados e liquidados para pagamento, assim que aberto o orçamento. A SES defendeu que o prazo de 90 dias para os pagamentos está sendo cumprido.

Empresa envolvida em escândalo

A Sociedade Mato-Grossense de Assistência Médica em Medicina Interna (ProClin) é investigada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) por supostas fraudes em contratos com o Governo do Estado. Segundo as investigações, o ex-secretário municipal de Saúde de Cuiabá Huark Douglas era um dos líderes do esquema. O caso é apurado na Operação Sangria.

O esquema envolveria uma espécie de monopólio nos contratos da Saúde em Mato Grosso. Além da ProClin, teriam sido utilizadas as empresas Qualycare (Serviços de Saúde e Atendimento Domiciliar LTDA) e Prox Participações para fraudar contratos com a Prefeitura de Cuiabá e com o Governo do Estado.

Apenas nos contratos na Capital, a estimativa é de R$ 10 milhões desviados. As empresas do suposto grupo criminoso liderado pelo ex-secretário Huark Douglas receberam R$ 82 milhões em contratos com o Estado entre 2011 e 2018.

Veja a nota da SES

O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, informou na manhã desta terça-feira (08) que os serviços do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) estão mantidos, tranquilizando, assim à população. Com o objetivo de estabelecer uma relação de confiança, Gilberto se reuniu com representantes dos médicos que trabalham no Samu, e, durante uma conversa franca, garantiu aos profissionais que a SES está trabalhando para encontrar uma solução imediata, regularizando quaisquer pendências.

A SES informa, ainda, que até o mês de agosto foram liquidados todos os débitos com a empresa Universal Med que prestava serviços ao Samu e houve também por determinação da justiça o depósito em uma conta judicial do valor de R$ 406.899,03. Também foi feito o pagamento do mês de setembro à empresa Proclin que substituiu a Universal MED e o mês de outubro já está empenhado e liquidado para pagamento, assim que for aberto o orçamento. A SES reforça que os pagamentos estão dentro dos prazos que é de 90 dias.

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