Jovem pode ser ‘culpada’ por mortes de amigos

O delegado Christian Cabral, titular da Delegacia de Trânsito (Deletran), não descarta responsabilizar a jovem Hya Girotto, 21, pelo acidente registrado na avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá, que matou duas pessoas. Ela estava internada no Hospital Geral há 22 dias, período em que passou por 4 cirurgias e recebeu alta na segunda-feira, 14 de janeiro.  

O membro da Polícia Civil (PJC) aguarda a conclusão da perícia realizada no local, em frente à boate Valley Pub, e também o exame dos vídeos de câmeras de seguranças que registraram o acidente. As cenas demostram imprudência de todos os envolvidos (veja a gravação ao final). Caso responsabilizada, a jovem de 21 anos responderia criminalmente junto da motorista.   

Cabral, porém, não trabalha com um prazo estabelecido para concluir as investigações. Conforme informado ao , além de ouvir pessoalmente Hya, a apuração depende das informações formuladas pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que, por conta da demanda além da capacidade de trabalho, costuma atrasar relatórios.  

“No mundo das ideias sim [é possível responsabilizar Hya], se surgirem elementos”, comentou o delegado. No dia 23 de dezembro, Myllena Inocêncio, 22, Ramon Alcides, 25, e Hya saíam da boate Valley quando foram atropelados pela professora Rafaela Screnci, 33.     

Myllena morreu na hora e os outros dois ficaram em estado gravíssimo. Eles foram socorridos pela equipe médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá. Ramon morreu 5 dias após o acidente, com traumatismo craniano.    

Depois de atropelar os jovens, Rafaela se negou a fazer o teste do bafômetro e foi encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer exames clínicos e, em seguida, conduzida para Central de Flagrantes para medidas criminais e administrativas.       

A suspeita ganhou liberdade no dia 24 de dezembro, após passar por audiência de custódia. Conforme decisão do juiz Jeverson Quinteiro, Rafaela pagou fiança estabelecida. Como medida cautelar, ela teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) recolhida, deve comparecer mensalmente em juízo e se recolher rotineiramente nos períodos noturnos e aos finais de semana.      

Os novos fatos podem fazer com que Rafaela Screnci seja indiciada pelo crime de homicídio doloso, não mais por crime de homicídio culposo.  

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