O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua estimativa de crescimento do Brasil em 2018, mas melhorou a estimativa para este ano. A informação foi divulgada no relatório Perspectiva Econômica Mundial, apresentada nesta segunda-feira (21) durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Para 2018, o fundo passou a prever uma expansão de 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil – contra 1,4% projetados em outubro do ano passado. É a terceira vez seguida que o FMI piora a estimativa para a economia brasileira em 2018. O resultado oficial será conhecido no dia 28 de fevereiro, quando será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE).
Já para 2019, o Fundo melhorou a projeção de crescimento para 2,5%, citando que “a recuperação gradual da economia deve continuar”. Em outubro, a entidade previa uma alta um pouco menor para este ano, de 2,4%. Para 2020, o relatório prevê um avanço de 2,2% do PIB brasileiro.
Revisões na América Latina
A perspectiva mais positiva para o Brasil ajudou a compensar, em parte, uma piora nas projeções para as economias da América Latina. O FMI estima um avanço 0,2 ponto percentual menor na região, tanto em 2019 e 2020.
Em 2019, os países latinos devem crescer 2,0%, enquanto em 2019, 2,5%, segundo o FMI. O Fundo vê o Brasil como a força positiva, em contraposição ao México, Argentina e Venezuela.
“Estas revisões se devem a um corte das perspectivas de crescimento do México em 2019 e 2020, refletindo menos investimentos provados, e uma contração ainda mais severa na Venezuela”, diz o FMI.
Desaceleração da economia global
Para a economia mundial, o FMI manteve a previsão de expansão de 3,7% em 2018, “apesar do desempenho mais fraco em algumas economias”, notadamente na Europa e na Ásia.
Contudo, para 2019 e 2020, o Fundo prevê uma desaceleração do PIB global. O relatório piorou as projeções em relação a outubro, para 3,5% e 3,6%, respectivamente.
Segundo o FMI, essa piora reflete um crescimento mais fraco das economias mais ricas, mas também uma menor expansão em mercados emergentes e economias em desenvolvimento em 2019, refletindo contrações na Argentina e na Turquia.
O aumento de tarifas entre Estados Unidos e China no ano passado contribuiu para a desaceleração, segundo o relatório. Também pesaram as novas normas de emissão de combustíveis na Alemanha e as preocupações sobre os riscos financeiros na Itália, além da contração da Turquia, que deve ser mais profunda que o previsto.
“A principal prioridade política é que os países resolvam cooperativamente e rapidamente desacordos e a consequente incerteza política, em vez de aumentar ainda mais as barreiras, desestabilizando uma economia global já em desaceleração”, sugere o relatório.