O juiz federal Jefferson Schneider, da 5ª Vara Federal em Mato Grosso, deve ouvir no próximo dia 12 de junho, às 13h30, em Cuiabá, o ex-superintendente do Bic Banco, Luis Carlos Cuzziol.
A decisão é do dia 30 de maio em uma ação penal que já se encontrava em fase de “alegações finais” para a conclusão de sentença. A informação é do Gazeta Digital.
O pedido para o novo interrogatório partiu da própria defesa do delator e foi acatada pelo magistrado, após a delação premiada de Cuzziol ter sido homologada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em abril deste ano.
A expectativa é que no interrogatório à Justiça Federal de Mato Grosso, o ex-gerente confesse os crimes de empréstimos fraudulentos e revele os nomes de quem solicitava os recursos e quais destinos.
A denúncia foi acatada em 2017 e envolvia o ex-secretário de Estado dos governos Blairo Maggi (PP) e Silval Barbosa (sem partido), Eder Moraes.
Em junho do ano passado, segundo Gazeta Digital, Schneider desmembrou os autos que envolviam Eder para uma outra ação penal.
Luis Carlos Cuzziol foi alvo da 5ª e 6ª fases da Operação Ararath, em 2014, e já possui 3 sentenças condenatórias juntamente com dois advogados, o ex-secretário-adjunto de Fazenda, Vivaldo Lopes, e Eder Moraes, sendo que este último foi condenado em todos os três processos.
A condenação de Cuzziol e Eder Moraes é proveniente do resultado das investigações da Operação Ararath, onde é Eder era acusado de ser o operador do esquema.
A informação foi dada durante a delação premiada feita pelo empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça.
Cuzziol foi condenado a 31 anos de prisão além de pagamento de indenização no valor de R$ 12 milhões, em novembro de 2015. O ex-secretário Eder Moraes foi condenado a 69 anos de prisão e também pagamento de indenização no mesmo valor.
A Operação Ararath investigou um esquema de crimes financeiros, como a operação ilegal por meio de factorings clandestinas, gestão fraudulenta no Bic Banco, por meio de simulações de empréstimos, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, crimes contra a Administração Pública e ainda crimes tributários.