Ex-pm acusado de pertencer a grupo de extermínio vai a júri

Pelo terceiro mês consecutivo, o Tribunal do Júri de Cuiabá julga os réus da Operação Mercenários, grupo de extermínio acusado de praticar vários homicídios em Várzea Grande.

O ex-policial militar Helbert de França Silva senta novamente ao banco dos réus, no dia 7 de agosto, às 9h, pela morte de Rodrigo Fernando de Arruda, depois de já ter sido condenado a 105 anos de prisão em outros dois processos.

A mesma pena foi imputada ao réu José Edmilson Pires dos Santos, que também será julgado no mesmo processo (Código 544186), com os outros réus José de Francisco Carvalho Pereira, Ueliton Lopes Rodrigues e Claudiomar Garcia de Carvalho.

A Operação

Em 26 de abril de 2016, 17 pessoas (6 policiais militares, 6 vigilantes, 2 mandantes, 2 informantes e 1 gerente de empresa) foram presas sob a suspeita de participar de um esquema conhecido como “comércio da morte”. O grupo, segundo investigação, eliminava alvos mediante pagamento, independente da motivação.

À ocasião, foi apreendido com os suspeitos 5 revólveres calibre 38, 4 pistolas calibre 380, 4 pistolas 9 milímetros, 2 pistolas ponto 40, 1 pistola 765, 2 espingardas calibres 22 e 12, 1 carabina calibre 38 e 1 espingarda de pressão.

Outros casos

No mês de agosto o Tribunal do Júri de Cuiabá julgará casos de crimes contra a vida.

No primeiro dia do mês, às 9h, serão julgados os réus Fabio Nunes de Almeida, Luiz Fernando Lourenço de Almeida e Jefferson Magalhães Leite, acusados de integrar uma quadrilha que praticou vários crimes hediondos, com a participação de um menor.

De acordo com a denúncia constante no Processo 522868, eles fizeram uma família refém em um assalto ocorrido na Fazenda São José do Sapateiro, na Capital, roubaram vários eletrodomésticos e veículos na zona rural do município de Nossa Senhora do Livramento, e tentaram matar dois investigadores de polícia.

Uma das características da quadrilha é que praticavam os crimes vestidos com roupas camufladas e capuzes pretos, mediante grave ameaça exercida com armas de fogo.

No dia 5, a partir das 13h30, será realizado novamente o júri de Thiago de Souza Vieira pelo assassinato de Allan Cardoso de Arruda, e a tentativa de homicídio de Vitor Hugo Alves.

Ele havia sido condenado a nove anos e oito meses de reclusão, em regime fechado, em 2017, mas a defesa interpôs recurso e o júri foi redesignado.

Os crimes aconteceram em 2011, em frente à Escola Filogonio Corrêa, no bairro Campo Velho, onde o acusado e um adolescente se aproximaram das vítimas em uma moto e o menor passou a atirar em Allan e Vitor Hugo, enquanto Thiago permaneceu na motocicleta, na posição do piloto, dando cobertura ao executor e aguardando para a fuga. Allan veio a óbito no local do crime e a outra vítima sobreviveu, sendo levada ao Pronto Socorro Municipal.

No dia 12 de agosto, às 13h30, o júri avaliará o processo que ficou conhecido como ‘Caso Cláudio’ (Código nº 46586), cujo réu é o policial militar Antônio Bruno Ribeiro. O crime aconteceu em 10 de dezembro de 1996, quando 50 presos fugiram do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), antigo Presídio do Carumbé.

No fim da rebelião, a polícia contabilizava a fuga de 45 presos, de acordo com a Polícia Militar, constando o nome de Cláudio Gonçalves Andrade.

No entanto, imagens de uma reportagem veiculada por uma televisão local comprovavam que o preso havia sido capturado, sem nenhum ferimento, e levado de volta para o presídio. A versão oficial da polícia era de que o preso havia sido ferido na troca de tiros entre a polícia e os presos, e levado para o Pronto Socorro de Cuiabá.

Durante o trajeto, teria destravado a porta do camburão e fugido. No entanto, a perícia técnica apontou que a porta estava em perfeito estado e as imagens do veículo jornalístico retrataram a prisão e a condução da vítima sem qualquer lesão corporal, não havendo, portanto, motivo para seu deslocamento até a unidade hospitalar.

Não conformada com o suposto desaparecimento, a família começou a cobrar explicações. Em janeiro do ano seguinte, descobriu que dois cadáveres foram encontrados na estrada que dá acesso a Barão de Melgaço e haviam sido enterrados como indigentes, no Cemitério Público Municipal Campo Santo, no Parque Cuiabá.

Isso motivou o pedido de exumação dos corpos e o exame ‘post-mortem’ confirmou que Cláudio havia sido executado por policiais militares, entre os quais estava Antônio Bruno, com a determinação do então comandante, coronel Leovaldo Emanoel Sales da Silva.

No dia 13 de agosto, às 13h30, será julgado o réu Eduardo da Silva Gonçalves, integrante da facção criminosa Comando Vermelho, pelo homicídio de Marcos Sérgio Scandiani de Paula.

O crime aconteceu em 2017, na casa da vítima, no Bairro Carumbé, motivado pela cobrança de dinheiro que o réu devia à vítima. Eduardo confessou o crime em juízo.

Sentará no banco dos réus, no dia 16 de agosto, a partir das 9h, no Fórum da Comarca de Cuiabá, Celzair Ferreira de Santana, motorista que atropelou e provocou a morte dos irmãos Diego Guimarães Bittencourt e Katherine Louise Bittencourt, em Poconé (104 km a sul da Capital). O crime aconteceu em 2007 (Código 548754).

O motorista, além de dirigir em alta velocidade, estaria embriagado. Após a colisão, a caminhonete que atingiu as vítimas só teria parado quando colidiu com um poste de iluminação pública. O acidente causou grande comoção social na cidade.

No dia 19 de agosto, a partir das 13h30, Jair Pereira da Silva será levado a júri pela tentativa de homicídio praticada contra Antônio Carlos Bonfim Bueno (Processo 366556).

O crime teria sido motivado após brigas entre vizinhos porque a vítima possuía uma motocicleta com barulho estridente no escapamento.

O réu já teria conversado com a família de Antônio, e reclamado que o barulho incomodava a esposa e o filho recém-nascido. Após a conversa, a vítima foi ao encontro do vizinho para tomar satisfação, ocasião na qual o réu perdeu a paciência e desferiu seis facadas e só não golpeou mais porque a lamina fiou encravada na vítima.

O júri marcado para o dia 21 de agosto, às 13h30, será sobre o assassinato de Edney Magalhães. Segundo consta no Processo 415335, Reginaldo Correa da Silva avistou a vítima deitada no chão dormindo e com um bloco de concreto pesando 15 quilos esmagou a cabeça de Edney. O crime aconteceu em agosto de 2015, na Avenida Estêvão José Torquato da Silva, por volta de 1h da madrugada.

Uma testemunha, residente próxima ao local, viu o crime e correu para socorrer a vítima, chamando o Samu. Depois de descrever características do acusado, os policiais militares conseguiram encontrar o homem na mesma noite, após buscas na região.

No dia 22 de agosto, às 9h, o júri avaliará o caso do policial rodoviário federal Luiz Antônio França Escobar, acusado de ser o mandante do assassinato de Rodolfo da Silva (Processo 117086).

Extrai-se do processo que a vítima teria assassinado um cunhado do PRF, em 2004, sendo submetido a júri popular e condenado a sete anos de prisão pelo crime.

O acusado, Escobar, teria ficado revoltado com a pena imposta e encomendado a morte de Rodolfo pelo valor de R$ 4 mil. Jefferson Garcia de Araújo e Júlio César Ferreira da Silva foram presos e confessaram a prática delitiva, afirmando ser “Escobar” o mandante do crime.

Enilson Pereira de Souza vai a júri no dia 26 de agosto, às 13h30, por tentar tirar a vida de Daniel Silas da Cunha Paes em um assalto, em 2011.

Conforme a denúncia do Ministério Público, no Processo 315270, o réu esfaqueou a vítima com uma faca de cozinha em frente à empresa de propriedade da vítima, situada no Bairro Araés. O réu encontra-se preso na Cadeia Pública de Pimenta Bueno (RO).

Francisco Pessoa Lima Neto será julgado no dia 28 de agosto, às 13h30, pelo crime praticado contra André de Jesus Silva (Processo 124263).

Narra a denúncia, em síntese, que acusado e vítima dividiam uma cela no Complexo Polmeri e se desentenderam quando a vítima quebrou um copo que pertencia ao acusado e, com isso, tentou enforcá-la com um lençol. André chegou a desmaiar e o denunciado foi contido por outros dois menores que também ocupavam a cela.

Uma briga de bar motivou a morte de Antônio Ribeiro de Souza, causado pelo amigo Josair José Rodrigues. Apurou-se, no Processo 450488, que a vítima e o ofensor estavam em um bar no Bairro Osmar Cabral, em 2016, numa festa de aniversário da esposa de Antônio.

Quando a vítima tentou cumprimentá-lo, Josair negou o chamando de “traíra”. A vítima dirigiu-se ao bar e foi seguido pelo agressor, aproveitando-se da vulnerabilidade da vítima, que estava de costas, sacou a arma de fogo e efetuou inúmeros disparos contra o ofendido, que morreu no local. Josair será levado a júri popular no dia 29 de agosto, às 13h.

O último júri do mês será do réu Fabricio Alves da Silva, acusado de matar Jucinéia Borges da Silva, conhecida por “Indinha”, no Beco do Candeeiro, região central de Cuiabá, em 2004 (Processo 61884). Conforme consta na denúncia, os dois estavam consumindo droga e começaram a discutir.

O acusado começou a bater na mulher com chutes e socos, tentou estrangulá-la e ainda desferiu golpes com um cassetete e um pedaço de madeira.

Ela não resistiu aos ferimentos e morreu na Rua Galdino Pimentel. O julgamento de Fabricio será realizado no dia 30 de agosto, às 13h30.

Confira AQUI a pauta de julgamento do mês.

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