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Procurador: advogados fazem fila em gabinete de Perri

O procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, disse, em entrevista ao Bom Dia Mato Grosso, da TV Centro América, nesta quarta-feira (7), que existe uma fila de advogados em frente ao gabinete do desembargador do Tribunal de Justiça (TJMT), Orlando de Almeida Perri, relator da “Grampolândia Pantaneira“, com o objetivo de pedir anulação das operações oriundas do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco.

A fala de Borges é motivada pelo questionamento se seria praxe do Gaeco fazer interceptações telefônicas, com autorização judicial, com números de telefones inseridos de pessoas não investigadas, a chamada “barriga de aluguel”.

A informação de que promotores do Gaeco teriam utilizado essa prática foi divulgada no interrogatório dado pelo cabo PM Gérson Corrêa à décima primeira Vara da Justiça Militar, no dia 17 de julho deste ano.

O objetivo do militar, assim como dos coronéis Zaqueu Barbosa e Evandro Lesco, foi conseguir uma delação unilateral para tentar diminuir uma possível condenação.

“Dentro do Ministério Público, no Gaeco, há, sim, interceptações telefônicas, naturalmente, com ordem judicial onde se apurou crimes gravíssimos. É lamentável a gente saber agora que muitos advogados estão fazendo fila no gabinete do desembargador Perri buscando lá anular todos esses processos”.

O chefe do MPE citou uma operação realizada pelo Gaeco em que o alvo foi o então prefeito de Sinop, em 2016, Juarez Costa (MDB), hoje deputado federal.

“Houve interceptação telefônica de quarenta e poucos telefones, é verdade. Tinham nove alvos. Naturalmente que o prefeito Juarez (Costa) não usava o telefone dele, ele usava telefone de terceiros, que a inteligência descobriu. Lavagem de dinheiro. Nessa lavagem de dinheiro do prefeito Juarez, tem um apartamento em Camboriú (SC) de R$ 10 milhões. Então, independente do suposto grampo, existe um apartamento. Isso não é crime e lavagem de dinheiro? Existe materialidade de cocaína apreendida, dinheiro público”.

O procurador também comentou a tentativa de participação da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional MT, nas investigações do Ministério Público.

“A OAB queria participar das investigações, em que sentido, até porque advogados com conflitos de interesses, talvez querendo com seus clientes fazer delação premiada e outros anular as operações”.

José Antônio Borges determinou nove investigações dentro do Ministério Público do Estado contra membros do órgão citados nos depoimentos dos militares.

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