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Advogado é flagrado dando celular para preso

Um advogado teve que prestar esclarecimentos na Central de Flagrantes de Cuiabá, após ser flagrado entregando um aparelho celular para seu cliente algemando, durante uma audiência. O fato aconteceu no Fórum de Cuiabá, na tarde da última quinta-feira (05).

O advogado Diego Osmar Pizzatto participava da audiência chefiada pela juíza Renata do Carmo Evaristo de Parreira.

De acordo com o boletim de ocorrência, o Pizzaro teria fornecido um telefone para o preso V.O.S. e, por isso, o conduzido foi detido por determinação da excelentíssima juíza Renata do Carmo Evaristo de Parreira,

A qual em audiência teria presenciado este repassando um celular para seu cliente”, consta no documento policial. O advogado se deslocou para a Central de Flagrantes no seu próprio carro.

O advogado deu a sua versão dos fatos a um site de Cuiabá o RepórterMT.

Conforme o advogado, no dia, a audiência começou cerca de 20 minutos antes do previsto, sem sua presença. Ao questionar o fato, foi informado pela juíza que o seu cliente disse que ele não viria e que por isso a oitiva seria realizada com um defensor público.

O advogado então foi para uma sala reservada com o criminoso, que estava com as mãos e os pés algemados. No local, o advogado ligou para a companheira do homem, pois ela que teria dito que o advogado não iria para a audiência.

“Ele disse que quem havia dado o recado era a companheira dele. Liguei para ela confirmar a informação e compartilhei meu celular no ouvido dele. A juíza gritou que eu não poderia fazer isso. Eu recolhi meu telefone. A doutora estava vendo o que estava acontecendo pelo vidro. Ela repetiu, desliguei e ela disse que determinaria as providências. Falou que não ficaria daquela forma”, conta o advogado.

Segundo Diego, a intensão era apenas esclarecer o desencontro de informação, onde ele, supostamente, não iria na audiência. Apesar de figurar como suspeito no B.O., o advogado não foi preso.

A juíza negou que tenha determinado a prisão de Diego Osmar.

Leia nota na íntegra da Associação Mato-Grossense de Magistrados (AMAM)

A Associação Mato-Grossense de Magistrados (AMAM), em virtude dos fatos noticiados a respeito da “prisão” de um advogado em Cuiabá, na tarde da última quinta-feira (5) – utilizando um aparelho celular durante audiência no Fórum da Capital, vem por meio desta informar que:  

· Foi observado pela magistrada, conduta incorreta do advogado que, dentro da cela anexa à sala de audiência, passou seu celular ao réu – conduta esta vedada. O fato, inclusive, foi confessado pelo indiciado em depoimento e presenciado pelo promotor de justiça.  

· Em nenhum momento a juíza deu ordem de prisão ao advogado. A Coordenadoria Militar foi acionada e, diante dos fatos, o advogado seguiu para a delegacia, em veículo próprio, para prestar esclarecimentos – não houve prisão.  

· Em casos como este, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) precisa ser informada do ocorrido, porém, não é atribuição do magistrado realizar este contato, conforme disciplina o artigo 7 do estatuto da OAB.  

Portanto, a juíza Renata do Carmo Evaristo de Parreira, da 9ª Vara Criminal de Cuiabá, agiu em conformidade com a lei. Sua conduta não constitui abuso de autoridade ou qualquer outra ilegalidade e respeitou as estritas balizas da lei. A propósito, às prerrogativas do advogado não lhe dá direito de agir de forma contrária à legislação.

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