GLOBOESPORTE.COM/FRED RIBEIRO/ RODRIGO FONSECA
[email protected]
O dia 20 de abril foi caracterizado pelo presidente do Atlético-MG, Sérgio Sette Câmara, como “histórico”. Não era para menos.
Ele, assim como a torcida do clube, comemorava o marco zero das obras do futuro estádio do Galo. Nesta terça-feira, completa-se 100 dias de movimentação de terra no local.
A expectativa é que essa etapa dure mais três meses. Assim, por volta de novembro, o empreendimento passa para a próxima fase.
Será, então, a vez de entrar em campo o processo de “fundação e contenção” das estruturas montadas. O arquiteto do projeto, Bernardo Farkasvölgyi, explica que, posteriormente, por volta de janeiro/fevereiro, é que a construção civil em si irá começar.
– Aí não para, é a nossa expectativa é de ver as estruturas se levantando no início do próximo ano.
Do caminhão ao centro de experiência
Para acompanhar a casa sendo montada, os torcedores do Atlético improvisaram uma arquibancada. Um caminhão costuma estacionar nos arredores do terreno e a carroceria vira “camarote” para os curiosos poderem ver além dos tapumes. Por outro lado, um projeto irá modificar essa experiência, para melhor. Haverá a finalização do “centro de experiência”, que Farkasvölgyi revela detalhes.
– É um projeto do nosso escritório também. Será um espaço construído na arena com realidade virtual do estádio, haverá a área de comercialização das cadeiras cativas. Haverá também um camarote real para o torcedor conhecer. Nossa expectativa é de finalizar esse projeto dentro da Arena MRV em 60 dias, sendo que ele começou em 15 de julho. Portanto, em meados de setembro deve estar tudo pronto – afirmou o arquiteto.
À espera de nova licença
Por enquanto, o que a torcida poderá espiar por lá são os tratores e caminhões. A movimentação de terra seguirá pelos próximos meses. Não há “bota-fora” ainda, já que a terra é deslocada internamente, com definição dos pavimentos. O estacionamento é inferior à esplanada, com o estádio estando no terceiro nível. A arena, em si, terá nove níveis diferentes. Por enquanto, entretanto, a obra espera a tramitação do pedido de Licença de Construção na Secretaria de Regulação Urbana da Prefeitura de Belo Horizonte.
Há cerca de 10 dias, houve um desencontro. Um dos líderes do projeto, Rafael Menin, afirmou que há um atraso na análise e obtenção do alvará. Algo determinante para o início das obras. Por outro lado, a PBH se posiciona de outra forma, alegando que os trâmites correm no período normal de estudos e exames.
Fato é que o empreendimento, orçado em mais de R$ 500 milhões por meio de dinheiro privado, já obteve a Licença Prévia, a Licença de Instalação e a de movimentação de terra, com contrapartidas e medidas compensatórias afirmadas com os órgãos públicos, principalmente os ligados ao meio ambiente.
Apesar dessa cobrança pública feita por Menin – que é presidente da empresa que dá nome ao estádio e também vice-presidente do conselho do Galo -, o relacionamento entre os responsáveis pela futura casa alvinegra e os representantes da prefeitura segue afinado, tijolo por tijolo.
Ritmo de obra
Bruno Muzzi, CEO da Arena, explicou o andamento da obras nos últimos 100 dias. São várias frente de equipes, que precisam ter entrosamento para a evolução dos trabalhos.
– Depois de um longo processo de licenciamento, de muitas idas e vindas, muitas vitórias, mas com muito trabalho. Nesses 100 dias de obra, nós conseguimos avançar e, o mais importante de tudo, pegar ritmo na obra, porque você tem diversas frentes acontecendo ao mesmo tempo, até que as equipes consigam entender seus trabalhos e começar a tomar ritmo para a gente poder ir ganhando produtividade, acho que estamos exatamente nessa fase, um ritmo de crescimento e aceleração, ganhando produtividade nas frentes de trabalho, isso vai ajudar muito a gente nos próximos três meses para finalizar a terraplanagem, que é essencial para manter o cronograma de entrega da obra lá em meados do segundo semestre de 2022.
Nos próximos dias, a canalização do córrego do Tejuco vai avançar.
– Essas frentes constituem de aterro, de corte, de execução das instalações definitivas do canteiro de obra, da canalização do córrego, do sistema de drenagem dele. Agora em agosto, a gente vai ver uma evolução muito grande na canalização do córrego. São datas importantes de celebração desse início de obra.
Números da obra
Na semana passada, o Atlético divulgou alguns números dos três primeiros meses de obra:
- 12 metros de altura erguidos no nível do gramado
- 40 mil m³ em volume do aterro
- 3 mil viagens de caminhão de terra já foram feitas
- 50 caminhões trabalham no local todos os dias
- 120 viagens feitas pelos caminhões por dia
- 50 equipamentos no geral por dia na obra
- 230 pessoas trabalhando por dia no canteiro
- 4.300 viagens de caminhão com terra na contenção 7
- 10 metros de corte de profundidade na contenção 7