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ELEIÇÃO SUPLEMENTAR

Em áudio, deputado revela ‘negociata’ para PDT apoiar Euclides Ribeiro

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Reprodução

Uma denúncia apresentado na Justiça Eleitoral revela uma possível compra de apoio do Partido Democrático Trabalhista (PDT), na eleição suplementar ao Senado pelo candidato Euclides Ribeiro (Avante). No áudio, o presidente estadual do partido, deputado Allan Kardec, pede permissão aos dirigentes pedetistas para “fechar” o apoio e que, depois, “presencialmente” discutiria “estrutura partidária”, já que Euclides teria “muita condição de nos ajudar”.

“Aí na terça a gente reuniria a Executiva para falar como ficou a questão dos recursos financeiros desta, desta parceria. Tá bom gente. Obrigado”, disse Kardec no áudio.

O parlamentar deixa a entender que houve um acordo financeiro entre ele o candidato e que isso poderia beneficiar a legenda. Kardec ainda chega a dizer que outros partidos têm fechado com Euclides Ribeiro, como forma de justificar a aliança.

“Tá fechado aqui com a Gisela Simona em Cuiabá. O Pros no Estado inteiro fechou com ele. O Max [Russi] bateu martelo na mesma hora, o PSB vai com ele aí em Várzea Grande, o Flávio Vargas vai com ele. E eu gostaria que vocês pudessem fazer essa avaliação e me dar autorização para fechar com ele”, diz outro trecho do áudio.

Segundo Kardec, a indicação para o apoio partiu do vice-governador Otaviano Pivetta (PDT), logo após que ele anunciou a desistência de concorrer ao Senado.  O deputado lembra que Euclides é especialista Recuperações Judiciais das empresas de massa falida em Mato Grosso. “Ele fez Recuperação Judicial do Grupo do Pivetta, do Grupo do Zeca [Viana], do Grupo do Marino Franz. Então ele tem uma percepção sobre advocacia muito forte”, justifica.

Críticas aos adversários

Kardec ainda segue, em seu áudio, afirmando que Euclides irá atacar os barões do agronegócio, principalmente o senador interino Carlos Fávaro.

“Inclusive o senador [Carlos] Fávaro que a gente vai…é…nós vamos vetar qualquer tipo de apoio a ele, porque conta da construção que foi feita em torno do nome do Otaviano. E agora ficaria horrível se a gente fosse lá pro Fávaro. Nilson Leitão não tem chance da gente seguir com ele por conta do PSDB. E aí ficar livre e ia ficar horrível né”.

Questão ideológica

Allan Kardec segue sua tentativa de convencimento, aos demais pedestistas, dizendo que Euclides tem uma “afinação” com o presidenciável Ciro Gomes (PDT). “Ele quer propor também as recuperações dos CPFs. Justamente aquilo que o Ciro [Gomes] falou da campanha CPCiro”, diz.

“Ele quer trazer o Ciro pra dentro do palanque dele, falando sobre a recuperação dos CPFs, vai ser o norte onde nós pedetistas vamos nos amarrar com ele ideologicamente ou em propostas né. Aí eu gostaria que vocês fizessem essa avalaição, avaliassem ele aí e me dessem esse retorno de avançar”, completa.

Outro lado
O deputado Allan Kardec negou que tenha feito qualquer negociação financeira com Euclides Ribeiro, e que “dificilmente” teria dito para os correligionários sobre recursos financeiros, e do que chamou de “parceria”.

Porém, o deputado alega que Euclides Ribeiro precisará de recursos financeiros para poder realizar campanha no Estado.

E que o apoio financeiro que será negociado com o PDT será dentro da lei e através de doações e materiais de campanha. “É o que todo mundo faz”, disse. Kardec também afirmou que as negociações com Euclides se deu “em defesa do legado” do PDT e dentro da “legalidade”.

Depois, resolveu se pronunciar por meio de nota, disse que “jamais faria qualquer acordo que não fosse sobre a égide das regras eleitorais, tanto é que fizemos a Convenção Estadual do PDT de forma virtual e totalmente gravada onde foi aberto o debate a todos os dirigentes”

“E ainda, o PDT está na chapa ocupando a Segunda Suplência, estamos crescendo e começando a incomodar e o jogo sujo começou pra tentar nos intimidar, pois falamos claramente que vamos combater o capital especulativo que explora nosso povo”.

Já o candidato ao Senado Euclides Ribeiro negou qualquer acordo financeiro e que todo apoio que conquistou ocorreu dentro de ideias e projeto. “Nunca existiu isso. Defendo e faço a nova política”, afirmou. “Somos contra qualquer tipo de negociação financeira, e vamos combater isso nas eleições”, finalizou.

Procurado, o deputado e presidente do PSB em Mato Grosso, Max Russi, negou qualquer conversa com o postulante ao Senado sobre recursos e, que, o acordo se deu por conta da  primeira suplência, que ficou com o partido. “O apoio só foi fechado porque ele foi o único que nos ofereceu a primeira suplência. Nós do PSB estamos com ele por isso”.

Já a candidata à Prefeitura em Cuiabá, Gisela Simona, lembrou que as negociações com Euclides e o Pros duraram mais de um mês e que nunca tratou de apoio financeiro para a sua campanha. “Desconheço isso. O que houve foi diálogo e debate de propostas. Só defendi apoiá-lo porque muito do que ele defende, são propostas que apresentei em março, quando pensei em disputar o Senado”, disse.

(Com informações do site Gazeta Digital)

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