https://matogrossomais.com.br/wp-content/uploads/2021/04/viveenbuenosaires_imagem15_marco-2021-1.jpg

ALMT - Posto TRE - Abril

COVID-19

Medicina humanizada: a importância da relação médico-paciente em tempos de pandemia

Pixabay

A pandemia da Covid-19 trouxe à tona questões complexas e desafiadoras em todas as áreas da medicina. Neste momento dominado pelo estresse, uma pergunta recorrente é se os médicos estão preparados para eliminar o sofrimento dos pacientes e salvar vidas.

Em tempos instáveis como o atual, onde todos são afetados de alguma maneira, a situação se torna mais angustiante para as pessoas que precisam ser hospitalizadas pela doença. Além do isolamento, elas encontram uma barreira em relação à sua rede de apoio, como no caso das restrições de visitantes, isolamento do paciente e limitações de comunicação – como um sorriso ou um gesto de afeto – relacionadas ao uso de equipamento de proteção individual (EPI).

É neste contexto que o atendimento médico humanizado tem um papel primordial. O conceito de “medicina humanizada” pressupõe a visão do ser humano por trás da doença. A humanização da atenção à saúde é definida como um estado de bem-estar, envolvendo carinho, respeito ao outro, ou seja, dedicar cuidados ao paciente considerando-o um ser completo e complexo, e não somente pela doença em si.

Tecnologia favorece o atendimento humanizado

Embora a crise da Covid-19 seja, principalmente, uma crise de saúde física, em muitos casos os médicos perceberam também a urgência dos aspectos mentais e tentaram encontrar novas formas de humanizar a hospitalização dos pacientes.

Muitas pessoas hospitalizadas com coronavírus experimentaram um isolamento profundo. Um artifício positivo, gerado pela tecnologia, deu um certo alívio – a videochamada por meio de tablets e smartphones ajudou muitos pacientes a se conectarem com seus entes queridos. Para eles, uma simples conversa por aplicativo de mensagem, vendo um rosto familiar sem máscara, pode acalmá-los e até proporcionar uma melhora.

A relação médico-paciente na era Covid-19

“O fato de um médico ver um paciente como uma pessoa única é verdadeiramente uma arte que nunca pode ser ensinada na faculdade de medicina, ou aprendida em um livro didático.”

O sofrimento causado pelas internações por coronavírus não são exclusivos dos pacientes e seus familiares, mas também dos profissionais da saúde. A Covid-19 apresentou à comunidade de saúde desafios sem precedentes e, no pior cenário, UTIs saturadas e sem leitos disponíveis. Nessa situação complexa, atos simples de gentileza e empatia ajudam os pacientes, familiares e equipe médica a enfrentar os momentos difíceis.

A necessidade de uma verdadeira comunicação tem sido urgente. Primeiro, os pacientes precisam de tempo e presença humana como parte de sua terapia. Isso foi comprovado pelo fato de que uma boa saúde mental facilita a recuperação da saúde, reduzindo a ansiedade, a depressão e o delírio, que são manifestações muito comuns em pacientes com coronavírus.

Ao mesmo tempo, intervenções não farmacológicas, incluindo meditação, musicoterapia, entre outras ferramentas, podem ser formas eficazes para humanizar os tratamentos médicos. Na verdade, são alternativas úteis para aliviar a dor, o desconforto e a ansiedade.

Da mesma forma, o mesmo se aplica à equipe médica que está trabalhando na linha de frente para combater essa emergência de saúde pública. Assim, as terapias cognitivo-comportamentais, o estabelecimento de grupos de apoio e os treinamentos para redução do estresse são recursos importantes que devem ser promovidos para diminuir a exaustão emocional e melhorar a resiliência dos profissionais de saúde.

A humanização dos tratamentos médicos deve ser meta de todos os profissionais de saúde e, considerando sua importância, deve tornar-se parte integrante da formação dos futuros médicos. Compreender e abordar os aspectos que contribuem para a medicina humanizada representa um ponto primordial para a prestação de cuidados de qualidade, enriquecendo a prática clínica e melhorando o bem-estar do paciente e de seus familiares.

Veja Mais

Deixe seu Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *