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ALMT - Posto TRE - Abril

PRODUÇÃO

Safra do baru inicia em MT e divide expectativa de produtores

Bem Estar

A safra do baru teve início em julho, mas a comercialização da castanha divide expectativas de quem trabalha no setor, por causa da pandemia da Covid-19. Para alguns, a situação deve melhorar por causa da vacinação contra a doença. Para outros, as vendas ainda devem sofrer os efeitos econômicos provocados pela doença.

“Ano passado teve impacto muito forte. E este ano, ao que tudo indica, quase não vamos ter coleta, as pessoas ainda estão com medo. E quase não temos compradores já interessados em adquirir o produto”, disse Maria Valéria de Moraes Silva, presidente da Coopernossasenhora, que fica em Nossa Senhora do Livramento e tem 22 membros.

Em 2019, a cooperativa vendeu 22 mil quilos da castanha inteira, conta Maria Valéria. Além do baru, a Coopernossasenhora comercializa outros produtos, como vegetais in natura, farinhas e polpas de frutas.

Já para Daniel Soares Fenelon, que mora em Poconé e trabalha com o fruto há 18 anos, a situação tende a ficar mais favorável porque tem aumentado a cada dia a quantidade de pessoas imunizadas.

“Este ano, com a maioria se vacinando, eu penso que vai melhorar. No ano passado, por causa da pandemia, quase larguei mão dessa atividade, mas sou muito apaixonado pela árvore e acabei ficando. Estou esperançoso”, declarou.

Fenelon foi presidente da Associação Castanheira do Pantanal de Poconé – que está em fase de reabertura – e tem uma propriedade rural de 10 hectares com 500 baruzeiros produtoras da amêndoa. Além da coleta no “quintal de casa”, ele também compra o baru de outros coletores.

Atualmente, o produtor vende a castanha torrada, farinha da castanha e brigadeiro por encomenda e, de vez em quando, em um dos pontos turísticos do município. O produto está saindo a R$ 60 o quilo.

Nativo do Cerrado, o baru tem proteína, gordura e outros nutrientes, como magnésio, vitamina E, ferro, potássio e propriedades antioxidantes. O baruzeiro é mais encontrado em diversos municípios, mas é mais frequente na Baixada Cuiabá como em Jangada, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Santo Antônio do Leverger, Nova Brasilândia e Rosário Oeste.

Da depressão ao empreendedorismo

O baru entrou na vida de Moisés Magno quando ele passava por um momento difícil, lutando contra uma depressão. O servidor público estava na propriedade rural de um familiar quando provou a castanha pela primeira vez, a pedido de um parente, em maio de 2020.

Ele adorou o sabor, viu a oportunidade de abrir um micronegócio em família, e afirma que suas propriedades nutricionais o ajudaram na batalha contra a doença.

“Ele é mais nutritivo que todas as outras castanhas. O consumo tem aumentado não só porque as pessoas acham o sabor bom, mas porque é muito saudável também. Eu consumo diariamente, desde que comecei não parei mais, e só me fez bem”, disse Magno.

A família tem aproximadamente 300 pés de baru em três sítios localizados em Ponte Branca, Guiratinga e Nova Brasilândia. E, além de coletar nessas áreas, também paga pela coleta no estado vizinho de Goiás. Recentemente, eles começaram a investir no plantio: já foram 100 e, até dezembro, a meta é plantar mais 900 mudas.

O negócio da família se chama Baru Kyrius Magnus e tem 4 funcionários. O baru é vendido torrado com pele e sem pele, como paçoca de baru, trufa de chocolate com baru e farinha. E mais um produto deve entrar em breve no catálogo – um óleo da castanha está em fase de desenvolvendo.

Os clientes atuais são lojas especializadas em Cuiabá e feiras em condomínios da capital, além de encomendas. Magno comemora os resultados obtidos até agora. “Começamos atendendo amigos e parentes, uns 10 kg por mês. E foi crescendo mês a mês, agora vendemos de 50 kg até 80 kg. A expectativa é continuar assim”, declarou.

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