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RUSSIA E UCRÂNIA

EUA e UE anunciam força tarefa para reduzir dependência de petróleo e gás russos

Sergey Bobok/AFP/Getty Images

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram nesta sexta-feira (25) uma força-tarefa em um esforço para afastar a Europa de sua dependência do petróleo e gás russos.

O painel, presidido por representantes da Casa Branca e da Comissão Europeia, terá como objetivo encontrar alternativas de fornecimento de gás natural liquefeito e reduzir a demanda geral por este combustível.

Os Estados Unidos trabalharão para fornecer à Europa pelo menos 15 bilhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito em 2022, em parceria com outras nações, informou a Casa Branca. Na manhã desta sexta, no horário de Brasília, Biden desembargou na Polônia.

Segundo o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, ele deve reunir-se com grupos de refugiados neste sábado (26) e ter um encontro com o presidente polonês Andrzej Duda, com o qual fará um “discurso importante”.

Também nesta sexta, a inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido informou que as forças ucranianas retomaram cidades e posições defensivas ao redor da parte leste de Kiev, capital da Ucrânia.

“Os contra-ataques ucranianos e as forças russas recuando em linhas de suprimento sobrecarregadas permitiram à Ucrânia reocupar cidades e posições defensivas até 35 quilômetros a leste de Kiev”, disse o ministério.

“As forças ucranianas provavelmente continuarão tentando empurrar as forças russas de volta ao longo do eixo noroeste de Kiev em direção ao aeródromo de Hostomel”.

Biden diz que EUA responderão se Rússia usar armas químicas

Após se reunir com líderes da Otan, do Conselho Europeu e do G7 em uma tentativa de alinhar respostas à invasão russa da Ucrânia, o presidente americano Joe Biden afirmou, nesta quinta-feira (24), que os Estados Unidos irão responder caso a Rússia use armas químicas em território ucraniano.

“Nós responderíamos se ele usasse. A natureza da resposta dependeria da natureza do uso”, disse Biden durante entrevista coletiva no quartel-general da Otan, em Bruxelas, na Bélgica. “Deflagraria uma resposta à altura. Caso a Rússia dê esse passo, nós tomaremos essa decisão”, completou.

O presidente americano também disse que acredita que a Rússia deve ser removida do G20, e que cabe à Ucrânia decidir se é necesário ceder parte de seu território para alcançar um cessar-fogo. “Minha resposta é sim”, disse Biden durante uma entrevista coletiva quando perguntado se a Rússia deveria ser removida do grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo.

“Depende do G20. Isso foi levantado hoje, e eu levantei a possibilidade de que, se isso não puder ser feito – se a Indonésia e outros não concordarem – então deveríamos, na minha opinião, pedir que a Ucrânia pudesse participar das reuniões, sendo capaz de participar e observar.”

O presidente ainda afirmou que os EUA estão comprometidos em fornecer mais de US$ 1 bilhão em ajuda humanitária para a Ucrânia para atender os milhões de ucranianos afetados pela guerra. “A Otan nunca, nunca esteve mais unida do que hoje. Putin está recebendo exatamente o oposto do que pretendia como consequência de entrar na Ucrânia”, disse.

Ao falar sobre a China, Biden pontuou que o país asiático está ciente das consequências de um possível apoio à invasão russa. “Acho que a China entende que seu futuro econômico está muito mais ligado ao Ocidente do que à Rússia”, afirmou.

Também nesta quinta, data em que a guerra completa um mês, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução que responsabiliza a Rússia pela crise humanitária na Ucrânia – o texto prevê ainda o envio de ajuda humanitária ao país.

ONU aprova resolução que culpa Rússia pela crise humanitária na Ucrânia

Foram 140 votos a favor, 5 contra e 38 abstenções. O Brasil votou a favor da medida. A segunda resolução, que eximiria a Rússia da crise, proposta pela África do Sul, não chegou a ser votada após ser rechaçada por 67 países. Embora não vinculativas, as resoluções da assembleia têm peso político.

O embaixador da China nas Nações Unidas, Zhang Jun, disse aos países membros que a situação humanitária na Ucrânia está se tornando cada vez mais séria, mas que os países não devem forçar outros a “escolher um lado” no conflito. “O desenvolvimento da situação na Ucrânia até o estágio atual desencadeou amplas preocupações internacionais, e também é algo que a China não quer ver”, disse o representante chinês.

Mais cedo, o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, anunciou que os líderes da organização decidiram em reunião dar mais apoio à Ucrânia e enviar tropas para Bulgária, Romênia e Eslováquia, países vizinhos. O encontro entre as lideranças aconteceu em Bruxelas.

Stoltenberg destacou ainda que a Otan se prepara para longo prazo e aumentará seu apoio para todos os países ameaçados pelos russos. Ele também afirmou que a China deve utilizar a sua influência na região para “promover a paz” e pressionar Vladimir Putin para acabar com a guerra.

Os líderes aprovaram nossas 4 novas tropas na Bulgária, Romênia e Eslováquia. Serão adicionais às que estarão nos Países Bálticos e na Polônia. Portanto, serão 8 tropas da Otan posicionadas do Mar Báltico ao Mar Negro

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan

O possível uso de armas químicas pela Rússia foi destacado por Stoltenberg como motivo de preocupação. Segundo ele, a utilização deste tipo de armamento mudaria a natureza da guerra. O secretário-geral disse que a Aliança está fazendo tudo para evitar entrar no confronto.

Qualquer tipo de uso de armas químicas totalmente alterará a natureza do conflito e implicará em consequências disseminadas. É um risco de efeito direto ao povo vivendo em países da Otan, pois pode ter contaminação de resíduos de armas químicas

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participou virtualmente da reunião da Otan e disse que o país precisa de apenas uma fração do poder de fogo combinado da Aliança. “Vocês podem nos dar 1% de todos os seus aviões, um por cento de todos os seus tanques. Um por cento!”, pediu o ucraniano, em um apelo efusivo por mais assistência militar, segundo um alto funcionário do governo dos Estados Unidos que ouviu os comentários.

Em um mês de guerra, os números do conflito, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), são de quase 1.000 civis mortos. Apesar da ofensiva, as forças russas ainda não conseguiram capturar a capital Kiev. Na avaliação de especialistas e da inteligência de países ocidentais, o exército russo sofre com problemas logísticos, falta de suprimentos e tem dificuldade em superar resistência ucraniana.

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