De acordo com o projeto, estão previstos 251 quilômetros de trilhos, a maior malha de VLT das Américas. A expectativa é que 500 mil passageiros sejam atendidos diariamente.

Segundo a prefeitura, os corredores e estações serão reaproveitados. O traçado também será mantido, segundo a prefeitura, evitando desapropriações. “Nada do que foi feito se perde, o que foi feito da estrutura dos BRTs facilita para que a gente possa dizer que é uma proposta possível”, disse Paes.

“Como todo o sistema viário já está construído, a Prefeitura deixa de gastar neste momento o que já foi investido: R$ 4,5 bilhões na Transcarioca e R$ 2,5 bilhões na Transoeste”, diz a prefeitura.

A secretaria municipal de Transportes, Maína Celidônio, explicou que todos os 251 quilômetros utilizarão trilhos, mas o tipo de VLT, no entanto, pode mudar dependendo da área onde o projeto será implantado.

“Vão ser feitos estudos para a gente entender como a gente adapta a tecnologia do VLT para cada área em particular. A ideia é entender novas formas de a gente usar essa tecnologia de trilho”, explicou.

A adaptação para o novo modal, com trilhos, trens e sistemas terá investimento estimado em R$ 14,8 bilhões.

O projeto também prevê o VLT Botafogo-Gávea, com início de operação no primeiro semestre de 2025. O trecho terá 12 quilômetros de extensão, com 13 paradas.

“Todo mundo que quiser me xingar pelo VLT pode lembrar do quando me xingaram quando tirei a Perimetral”, disse o prefeito.

Para essa etapa do projeto a prefeitura prevê um investimento de R$ 1,3 bilhão através de Parceria Público-Privada (PPP).

Segundo Maína, o VLT Botafogo-Gávea será atualizado com estudos de demanda. “Ele está mais adiantado, só precisa ser atualizado com um estudo de demanda mais recente”, analisou.

Em março de 2021, a precariedade no serviço do BRT levou o município a determinar uma intervenção no serviço de ônibus.

De acordo com Paes, a prefeitura não deixará de cumprir com outras medidas por causa do projeto de VLTzação. “A gente vai buscar, para financiar esse plano, também um financiamento externo”, pontuou. Sobre a frota de ônibus atual da cidade, Paes disse que fará as reformas que estão previstas.

“Não vamos deixar de comprar ônibus, fazer reformas previstas na Transoeste, concluir a Transbrasil”, garantiu.

O prefeito chamou o BRT de “parceria do mal”, e fez um contraste, dizendo que a relação com o VLT “é muito boa”.

Segundo o prefeito, a conclusão da Transbrasil, a construção do Terminal Gentileza e a requalificação da Transoeste estão mantidas.“ Os dois primeiros corredores que queremos utilizar são o Transcarioca e o Transoeste”.

Paes ainda prometeu melhorar o sistema do BRT existente na Zona Oeste. “Ao longo do ano 2023, com os novos terminais, pistas e ônibus, vamos ter novamente o sistema funcionando a contento. Infelizmente, destruíram completamente o sistema”.

Sobre o incêndio na Estação Mato Alto, o prefeito destacou que os outros incêndios que aconteceram na região, segundo investigação da polícia civil, foram criminosos, mas precisa aguardar novas informações para esclarecer o que houve na noite desta quarta-feira (6).

“A gente espera que isso não tenha no caso de ontem. Vamos aguardar, não quero ser leviano, mas diante dos fatos comprovados pela perícia da polícia, é possível que tenha acontecido de novo”.

O prefeito disse que espera que a estação Mato Alto seja recuperada em 15 dias.

“O plano de contingência funcionou a contento. Vamos manter esse plano, a gente espera ter a estação recuperada em mais uns 15 dias. E aquela estação vai deixar de existir em breve. Estamos iniciando a troca do piso da Transoeste. Vamos ajeitar aqueles terminais, foram erros de concepção da Transoeste. Essas obras estão sendo licitadas agora”.

No início do ano, Paes chegou a admitir que o sistema BRT vivia uma crise profunda e chegou a dizer que estava sendo “sabotado”.

“No caso dos transportes, há uma crise institucional, reputacional. Os escândalos todos recentes fizeram com que medidas judiciais fossem tomadas contra as empresas de ônibus — por exemplo, você não tem aumento de tarifas há quatro anos, proibido por decisão judicial. Hoje o diesel está aumentando 25%. Isso não é repassado, você tem, de fato, um gasto maior. Mesmo que os empresários de ônibus fossem a Madre Teresa de Calcutá, o que não é o caso, ainda haveria muita dificuldade. Então, vivemos uma crise profunda no modelo, institucional”, disse Eduardo Paes.