O candidato ao governo de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB) afirmou, durante sabatina realizada pelo Estadão em parceria com a FAAP, nesta segunda-feira (22), que a operação Lava Jato impactou nas obras dos modais de transportes na cidade de São Paulo. Segundo o candidato, muitas das obras foram paralisadas por conta das investigações em empreiteiras que faziam as obras, o que prejudicou o desenvolvimento de determinadas regiões.
“Eu poderia citar dexenas de outras obras acima de R$ 50 milhões que estavam paradas, muitas vezes porque a operação Lava Jato e tantas outras impactaram essas empreiteiras que abandonaram as obras e o estado, portanto, teve obras paradas por decisão unilateral ou por abandono de obra”, afirmou o governador, que tenta continuar no cargo.
Sistema BRT do ABC Paulista
Questionado sobre o BRT do ABC Paulista, um novo sistema de tranporte para atender a região, que já foi alvo de muitos candidatos, mas nunca saiu do papel, Garcia aproveitou para cutucar o adversário ao governo, Fernando Haddad (PT).
“Sobre o BRT ABC, que o Haddad prceisa ter mais atenção nas coisas de São Paulo, nós chegamos em 2018 com um contratato assinado de um monotrihlo para o ABC, que ia custar R$ 6 bilhões e não tinha um real pra poder fazer a obra (…) Nós tomamos uma decisão corajosa, rompemos então esse contrato e fizemos uma renovação antecipada nos corredores (de ônibus) e prevemos a construção de um novo corredor, que vai ligar São Bernardo do Campo e Santo André até o Terminal Sacomã. Essa obra vai custar 10% do que custaria o monotrilho e será feita em um ano e meio”, disse Garcia.
Na última quarta-feira (17), Haddad afirmou que “eles (governo Doria/Garcia) cancelaram a obra do monotrilho do ABC e querem colocar um BRT que não vai dar conta da demanda”.
“E ainda pior. Em vez de licitar o BRT fizeram um aditivo bastante estranho, colocando a obra no contrato que não tinha nada a ver uma coisa com a outra”, completou o petista.
O projeto da Linha 18-Bronze contou com a participação do PT por meio do ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.
Em 2014, o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmim (PSDB), assinou um contrato de concessão de 25 anos com a empresa VEM ABC para implantação da Linha 18-Bronze, com 14 km e capacidade para cerca de 340 mil passageiros transportados por dia.
Já o corredor de ônibus oferecido pela Metra poderá transportar pouco mais de 100 mil pessoas diariamente e com uma viagem cerca de 50% mais lenta.
Apesar disso, Garcia afirmou que: “Nós substituimos um modal por um modal mais rapido, simples e que leva a mesma quantidade de pessoas, mas não desistimos do metrô para o ABC”.
E completou: “Em paralelo, nós ja contratamos o projeto da linha 20 do metrô, que vai sair da Lapa e ligar até o ABC. É um projeto para os proximos anos em São Paulo”.
Quem é Rodrigo Garcia
Rodrigo Garcia nasceu em 1974, no município de Tanabi, na metropolitana de São José do Rio Preto, interior de São Paulo.
Formado em direito, Garcia começou na vida pública aos 21 anos, quando assumiu o cargo de sub-secretário de Agricultura de São Paulo durante o governo de Mário Covas. Em 1998, ganhou a eleição para deputado estadual, função que exerceu por três mandados (1999-2003); (2003-2007) e (2007-2011).
Em 2011, elegeu-se para a Câmara dos Deputados e ficou entre 2011 e 2018 no cargo. Apesar de ter vencido duas vezes as eleições para compor a Câmara, Garcia exerceu pouco a função, porque foi secretário em mandatos do então governador Geraldo Alckmin. Atuou como responsável pelas pastas da Habitação, de Desenvolvimento Econômico e de Desenvolvimento Social.
A maior parte da carreira política de Rodrigo Garcia aconteceu no partido Democratas (DEM), agora denominado União Brasil.
Nas eleições de 2018, concorreu como vice-governador na chapa de João Doria. Com a vitória, Garcia se tornou o vice-governador. Após Dória renunciar ao cargo em abril deste ano para tentar concorrer à presidência, Garcia assumiu o cargo de governador de São Paulo.
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Fonte: IG Política