

Presente ao curso, o desembargador Orlando Perri, supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo de Mato Grosso (GMF/MT), falou da experiência que tem tido a frente do grupo. “Conhecemos todas as unidades prisionais do Estado, a realidade do sistema prisional, e temos que passar essa experiência para os novos juízes que temos e para os antigos também, que precisam ganhar certas experiências no trato da execução penal. Precisamos de juízes criminais mais humanistas”, assinalou.
Conforme o desembargador, o estado brasileiro está trabalhando e precisa trabalhar muito mais na questão da ressocialização. “Tenho dito aos nossos governantes: não é possível pensar em reduzir a criminalidade se nós não começarmos a trabalhar com o sistema prisional. Os problemas da criminalidade, que é uma questão social, não se resolvem com mais leis e mais penas. Prisão não educa e não regenera ninguém.”

Segundo a juíza, a execução penal precisa de profissionais que tenham perfil para atuar com sensibilidade para detectar situações mais sensíveis envolvendo toda a conjectura do sistema de Justiça, do sistema prisional e do sistema judicial como um todo. “Precisamos considerar tudo isso para as tomadas de decisões mais voltadas a um sistema mais humano, mais humanizado, porém também mais firme, com aplicação mais segura das legislações, e do nosso compromisso social do juiz da execução penal e sua equipe para com a sociedade, o sistema de justiça como um todo.”

Já a juíza Suelen Barizon Hartmann, da Comarca de Nobres, contou uma experiência pessoal aos colegas magistrados. “Meu pai foi vítima de homicídio e por um determinado período a minha família vivenciou muito intensamente as consequências do crime. De início, a gente tem a postura de revolta. Nessa época eu era apenas uma estudante de Direito. Por razões que eu não considero acaso, acabei passando num concurso para atuar na Defensoria Pública em Santa Catarina, justamente na execução penal, período no qual eu pude ter a visão da família e do preso. Pude observar que é muito mais um problema de estrutura social, e que não há como se esperar conduta diferente de alguém que não teve o mínimo de estrutura familiar”, destacou.

Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Descrição das imagens: Foto1 – imagem horizontal e colorida. Orlndo Perri veste terno escuro e camisa colorida. Fala ao microfone. Ao fundo imagem projetada escrito GMF-MT. Foto 2 – imagem horizontal e colorida. Juíza Helícia com vestido escuro e cabelos loiros fala ao microfone. Foto 3 – imagem horizontal e colorida. Juiz Ramon veste camisa e terno azuis. Usa óculos e fala ao microfone. Foto 4 – imagem horizontal colorida. Juíza Suelen veste roupa branca e preta, segura microfone e lê texto no computador.
Lígia Saito
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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Fonte: Tribunal de Justiça de MT